Olá, este é o blogue Carola Ponto e Vírgula. Não ajustem os vossos… seja lá o que for que estiverem a usar para ler isto. Trago-vos hoje o 6a-em-Série, ao vivo e a cores. Façam um lanchinho, aconcheguem-se, porque eu vou-vos contar a história da série desta semana, mais especificamente da primeira temporada. E se vocês estão a ler este post, you´re one of the reasons why.
Foi fraquinho, não foi?! É o que se consegue arranjar de originalidade nesta sexta-feira, lamento!
Hoje falo-vos duma das séries que mais gostei e que me fez voltar atrás no tempo e pensar: isto podia ter acontecido a tanta gente nos meus anos de secundário. Hoje é dia de “13 Reasons Why” — 1ª Temporada. E só a primeira temporada porquê?!
Primeiro porque é só a primeira temporada que é baseada no livro de Jay Asher. Livro que não li e que não vou ler. É verdade, se eu vir uma série ou filme baseado num livro antes de o ler, já não vou lê-lo, já não consigo ler algo que já sei como vai acabar e como se vai desenrolar. Ao contrário (ver um filme adaptado de um livro que já li) faço-o, até para ver se a adaptação ficou ao nível que esperava.
Para variar já estou a perder o fio à meada. Então vamos lá, “13 Reasons Why”. Já vos tinha dito que tenho um gosto especial pelo número treze, o que logo espicaçou a minha curiosidade pela série, já nem me lembro se vi o trailer se fui logo para o primeiro episódio.
Pois bem, esta série conta a história de Hannah Baker.
The First Reason Why
A personagem principal da série, uma jovem adolescente que decide suicidar-se, deixando para trás cassetes (mais novos vão ao Google para saberem do que se trata) onde explica e aponta os culpados por esta tomada de decisão tão drástica! Esta série aborda o carrossel de emoções e aventuras que é a adolescência, a forma como ela nos deixa marcas no futuro, para o bem e para o mal.
Mostra também a incapacidade que os pais e professores têm em perceber o que se vai passando na vida dos seus filhos e alunos, respectivamente. Verdade seja dita, os jovens (e todos os adultos, já foram de certeza jovens) não facilitam em nada o trabalho dos mais velhos. Não existem soluções mágicas para os problemas do bullying e da discriminação, seja de que tipo for, mas o ideal será ouvir mais, sem criticar, tentando perceber a forma de pensar dos jovens, dando-lhes os melhores conselhos possíveis. Assim evitaríamos que mais Hannah´s aparecem-se nas notícias!
Vamos lá então às personagens e aos momentos marcantes:
Personagem Favorita:
Acho que será consensual esta escolha, mas a minha personagem favorita é mesmo Hannah Baker. Por todas as razões e mais algumas: Ela parecia um íman que atraía tanto más escolhas, como más pessoas, tendo pago um preço muito alto, ainda por cima auto-infligido. Algumas das pessoas que cruzaram o seu caminho, são boas pessoas, que têm más decisões apenas para encaixar em estereótipos e serem reconhecidos pelos seus pares (Sim Justin Foley estou a falar de ti!). A sua ideia de deixar tudo documentado nas cassetes, fazendo com que só os intervenientes tivessem acesso a elas, foi de génio, um daqueles que vive naqueles lugares bem negros da nossa cabeça. Aconteceu-lhe muita coisa, algumas boas, e pena é que na realidade também nos foquemos mais em ver o copo meio vazio e não meio cheio.
Pior Personagem:
Não será a pior, no sentido de ser o vilão da série, mas para mim é a pior porque além de achar ser o maior, no fim de contas é um cobarde que, como disse antes, para manter o seu status-quo na escolae na equipa, não tem a coragem de fazer frente ao seu, considera ele, melhor amigo. Sendo assim, o prémio de pior personagem vai mesmo para Justin Foley. Sim o outro (vocês sabem de quem falo) fez muito mais porcaria, mas este para mim é o que tem menos caracter, não por ter feito coisas mais graves, mas por não se ter conseguido impor. Quem o vê cheio de pinta entre os seus pares, não imagina o cobarde que ele é.
Momento Marcante:
Não podia deixar de ser a cena da banheira, vamos dizer assim para não traumatizar ninguém… mais ainda. A certa altura pensei que não iríamos ver essa cena, até porque já tínhamos visto uma das outras cenas que mais me marcaram (quando Clay “vê” a Hannah deitada no chão do pavilhão cheia de sangue), mas depois vejo a cena a desenrolar-se e penso: “Eles vão usar aqui um ângulo em que não se vê nada…”. Não podia estar mais enganado. A cena é gráfica, crua, e dolorosa de se ver, até suscitou uma enxurrada de criticas por isso mesmo. Eu fiquei como todos chocado, não acho que seja uma glorificação do suicídio, acho que mostra que até à tomada duma decisão daquelas podemos sempre parar, voltar para trás, pedir ajuda e tentar viver novamente. Depois duma decisão tão drástica como aquela, não há volta a dar e acho que é importante que os jovens (adultos também) percebam que só vive uma vez, e que como se diz: “Há solução para tudo, menos para a morte”.
Classificação IMDB (fiz a média dos episódios da 1ª Temporada) — 8,4
A minha classificação (de zero a dez): 10
Repito, sou um mãos-largas, quando fico preso a uma série como fiquei a esta, o difícil é tirarem-me a nota máxima da cabeça. Não é uma série leve, mexeu muito comigo, também porque todos fazemos a comparação com as realidades que existiram à nossa volta e nos casos de bullying da minha altura não se verificou, e ainda bem, nenhum fim tão trágico como nesta série.
Não vou fazer expectativas porque também já vi a segunda temporada, só que achei que devia separar pois só esta é que se baseia no livro.
Espero que tenham gostado, comentem e até à próxima.