Realmente o que um “simples” desafio pode fazer! É graças ao desafio de 1000 palavras por dia durante 7 dias do blogue “A mulher que ama livros” que este espaço “6a-em-Série” acaba por ser ressuscitado. Comparando, é como se o desafio fossem as bolas de cristal e o “6a-em-Série” fosse o Krillin!
A verdade é que eu não tenho visto séries nenhumas e filmes têm sido poucos e só porque me “obriguei” a ir ao cinema. Tenho quase a certeza que 2019 será um ano bem mais activo nesse aspecto. Das séries que acompanho e em que estou actualizado, vamos ter nova temporada de “La Casa de Papel” e a última temporada de “Game of Thrones”! Filmes também tenho alguns “debaixo de olho”: basicamente todos os do Universo Marvel e alguns da Disney como o “Dumbo” e o “Rei Leão”. Também com a chegada dos Óscares, costumo dedicar algum tempo a ver os nomeados e quase sempre chego à conclusão que não concordo com o vencedor para “Melhor Filme”.
Dadas as justificações e feitas as previsões para os próximos tempos, vamos ao que interessa, à série em análise: 13 Reasons Why, 2ª Temporada.
Como já tinha explicado aquando da análise da primeira temporada, decidi separar a análise da série assim, primeiro porque somente essa primeira temporada é baseada no livro de Jay Asher, mas também porque quando dei a minha opinião acerca dessa temporada já tinha visto esta segunda, e elas são tão distintas para mim que tinha que as separar.
A segunda temporada começa logo com um aviso com 4 dos actores da série alertando para que se alguém estiver a passar pelas mesmas situações relatadas na série, evitarem vê-la e procurarem ajuda especializada. Isto é uma reacção a toda a polémica que a série causou, principalmente nos Estados Unidos por, segundo alguns especialistas, “glorificar” o suicídio.
Continua a ser The First Reason Why
Faz-me imensa confusão como é que se pode distorcer todo o intuito original que a série pretende transmitir: que o suicídio não é solução, que devemos denunciar todos os abusos (sejam contra nós ou contra terceiros), que devemos procurar não humilhar os outros em troca de 5 minutos de riso no grupinho dos rufias.
Concentremo-nos na história que começa 5 meses após o suicídio de Hannah Baker. Toda a temporada gira em torno do julgamento em que a família de Hannah acusa a escola (com base nas cassetes que Hannah deixou) de saber da situação e nada ter feito para proteger a filha deles, bem como não ter procurado castigar os culpados, deixando-os à solta na escola impunemente e prontos para infernizar a vida a tantos e tantas outras “Hannah’s”. Todas as personagens ficam diferentes, o que é normal depois de terem que lidar com uma situação tão grave como aquela. Vemos as suas lutas interiores para encontrarem a paz que necessitam para seguir em frente, enquanto são obrigados a reviver tudo novamente para testemunharem no julgamento. A própria Hannah marca presença tanto para cenas do passado como para atormentar e tentar guiar Clay pelo melhor caminho e encontrar a tal paz. A série mostra bem como funcionam os “sistemas” escolar e judicial, e como o que importa mais é manter uma imagem séria do que tratar dos graves problemas para que não se voltem a repetir. Mas vamos então falar das personagens e do momento mais marcante:
Personagem Favorita:
Clay já tinha sido uma das minhas favoritas na primeira temporada, mas aqui, e como seria de esperar, torna-se mais relevante ainda. A luta que vai travando para tentar seguir com a vida dele, mesmo sabendo lá no fundo, que não conseguirá seguir com ela sem antes encerrar o caso Hannah, torna a personagem mais densa. Ele vê-se a ter que ajudar um dos principais culpados pelo sofrimento de Hannah, falo de um quase irreconhecível Justin Foley (que grande trabalho também do actor Brandon Flynn) tudo para que Bryce Walker fosse também ele julgado. Clay passa por muitas fases ao longo da temporada: começa calmo e focado em estar ao lado da Skye, para uma pilha de nervos assim que o julgamento é confirmado e isto enquanto “luta” para esquecer Hannah.
Pior Personagem:
Sem dúvida que Tyler Down ia dando comigo em doido, cada passo que dava, era mais um passo rumo ao abismo. Sempre muito emocional, Tyler vê-se envolvido em todo o tipo de problemas ao longo da série. O seu sofrimento é compreensível óbvio, o problema é tudo o que ele vai fazendo só piora a situação tanto para ele, que enlouquece, como para outros que estão à sua volta e o tentam ajudar. É das personagens que sofre mais, senão mesmo a que mais sofre, mas muito desse sofrimento resulta de um total descontrolo e rebeldia que o leva à loucura (e quase que a mim também).
Momento Marcante:
O Momento mais marcante foi mesmo o discurso de despedida de Clay para Hannah na cerimónia na igreja. Toda a cena dói, vê-lo falar para uma igreja cheia, mas só com o foco em Hannah enquanto espreme o que resta do seu coração para que ela possa finalmente partir. Acho que todos sabemos o que custa perder alguém, seja em que circunstâncias for, e chega uma altura em que temos que fazer um discurso semelhante (quanto mais não seja interior) e deixar partir o luto e guardarmos as melhores memórias de quem fez parte da nossa vida.
Classificação IMDB (fiz a média dos episódios da 2ª Temporada) — 7,6
A minha classificação (de zero a dez): 7
Noto que aqui a minha nota está mais parecida com a nota do IMDB, porque sim a segunda temporada foi boa, mas teve muitos furos abaixo da anterior. Achei que começou fraca e melhora com o avançar dos episódios, talvez só depois de meio é que fica muito boa novamente, mas sem nunca chegar perto da qualidade que foi a primeira temporada.
Expectativas para a próxima temporada:
A minha expectativa para a próxima temporada era que não existisse próxima temporada. Porque o foco principal perdeu-se logo na primeira temporada, mas ainda fez sentido abordar esta fase do julgamento, para que possamos ver também todo esse processo e como pode ser difícil provar coisas evidentes. Agora e já sem Hannah, qual a necessidade de continuar a série?! Não saber quando terminar a série pode vir a ser uma das “reasons why” um grande sucesso virar um grande fracasso!
Desafio 1000 palavras por dia
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