Segundo, porque é que a partir desse momento nunca mais abriu a boca para justificar o seu acto? Não seria de esperar exactamente o contrário, que contasse todas as razões e mais alguma para fazer o que fez?

Do nosso lado, e para nos ajudar, está Theo Faber, psicoterapeuta criminal, que se sente determinado e capaz de fazer com que Alicia acabe por falar e assim desvendar as razões que a levaram a cravar cinco tiros no marido.

Uma das grandes questões para mim era perceber como é que o autor iria tornar interessante esta personagem muda, que se recusa a falar, e que forma poderia ela se comportar a cada nova investida de Theo para a fazer falar.

O autor conseguiu isso e muito mais. Mesmo sem Alicia abrir a boca há muita coisa a desenrolar-se à sua volta. Como é normal, para compreender o acto de Alicia é preciso vasculhar o seu passado para que de alguma forma se possa compreender as razões e as circunstâncias que levaram àquele homicídio. Nesse aspecto Theo é incansável na procura por respostas e por colocar a antiga pintora, agora um farrapo de mulher, à vontade dando-lhe todas as condições para que possa contar tudo o que se passou naquela noite.

Também de Theo vamos conhecendo a sua vida para além de psicoterapeuta e a forma como o seu interesse e dedicação a este caso começa a tomar conta da sua vida.

Todos os elementos deste thriller estão muito bem construídos na minha opinião. Até mesmo personagens secundárias tem o seu espaço e algum destaque.

E no final quando pensamos já saber tudo e que fica tudo assim como está, ainda falta descobrir mais um pouco, mostrando que nem tudo o que parece é…, mas que por vezes, é mesmo… só que de maneira diferente da que poderíamos antecipar: final genial!

Adorei, dei 5 estrelas no Goodreads e para uma paciente silenciosa este livro falou muito e bem! E de vocês quem já leu este livro? Gostaram? Qual o livro que estão a ler neste momento? Qual foi o último thriller que leram? Obrigado, até à próxima e boas leituras!