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Carola Ponto e Vírgula

Carola Ponto e Vírgula

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         Eu e seios — A Primeira vez: foi quando nasci e a minha mãe me amamentou… Fim!

 

 

 

         Não seria fácil de mais?! A vida dum Carola, principalmente deste Carola, nunca é assim tão simples linear.

         Segundo informações recolhidas pela nossa equipa de investigação, ou seja, eu, a coitada da minha progenitora não tinha leite para alimentar a sua cria recém-nascida.

 

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Como assim a minha mãe não tem leite para mim?!

 

 

         Imaginemos que isto se passava no reino animal e que uma leoa não conseguia alimentar o seu leãozinho mais novo, o coitado iria acabar por sucumbir. E voltando ao meu caso, sucumbir talvez não tivesse sido uma má opção ali até aos três meses de gestação resolveria muitos dos meus problemas. Mas depois quem é que escrevia estes disparates para vocês lerem?!

         Mas agora que já aqui estou, olha… aproveitemos para vos espantar, da maneira mais estúpida possível.

         Então para vosso espanto (e também para meu, quando me lembro disso) quando é que foi a minha primeira interacção com seios (se assim se pode chamar)?

         Teremos que recuar ao meu ensino básico. E como todos, eu tive todo o género de professores: Velhas simpáticas; professores de Educação Física que diziam asneiras; professores que se esqueciam de ir dar aulas porque estavam às voltas ao campo no recreio enquanto falavam ao telemóvel; professoras histéricas a mandar calar a sala barulhenta; directores de turma que advertiam, à base do “calduço”, para não gozarmos com os mais fracos e introvertidos (hoje em dia o chamado bullying) e ainda… espera… vocês não tiveram isto?! Lamento por vocês não saberem o que é ensino de qualidade.

         Mas, como dizia: e ainda professoras bem giras e jeitosas que logo ganhavam a atenção, dedicação e preferência de todos os rapazes (lamento meninas, não sei se havia isto em versão masculina naquela altura, desculpem). Chegamos a ter uma professora que ganhou a alcunha entre os alunos nada descritiva da sua beleza: Tiazinha.

 

 

 

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Oh Stôra não olhe assim pra mim, senão não me consigo concentrar na aula!

 

 

         Bem, mas não era dessa excelente professora que vos queria falar (e já estou a perder o fio à meada, vá-se lá saber porquê!).

         Quero-vos falar duma professora de Educação… Visual, que tornava as aulas duplamente visuais ao ponto da divisão de circunferências em cinquenta mil partes iguais ficar interessante. Devo admitir que já gostava de desenhar desde sempre e que passava dias a inventar histórias com desenhos de Dragon Ball. No entanto esta parte técnica dava-me cabo dos neurónios. Ainda bem que tinha uma motivação, pensando bem, eram duas grandes razões para me esforçar em obter bons resultados.

         Foi a disciplina em que mais vezes pedi ajuda à professora. Numa dessas vezes fiquei traumatizado para a vida (tanto que ainda estou aqui a escrever sobre isso).

         — Oh Stôra pode chegar aqui se faz favor?! — dizia eu (na altura com uma voz fininha)

         — Vou já Nuno (das poucas vezes que este triste nome soava bem) — dizia a professora, estranhamente só solicitada pelos rapazes.

         E dum momento para outro sinto um atropelo na nuca, forte e ao mesmo tempo macio. Naquele milésimo de segundo (que pareceu, sei lá… dois milésimos de segundo) em que percebi que era, como diziam os Gato Fedorento em brincadeiras de elevador, um grande par de m****, tive a reacção rápida de tentar, e consegui, evitar o choque com a mesa e consequentemente com o desenho que iria ficar irremediavelmente cheio de sangue.

 

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Obrigado Tartaruga Genial! Haja quem me entenda...

 

         — Então Nuno (soou ao melhor nome de sempre) não podes mexer o compasso assim porque depois isso não bate certo! — disse a melhor stôra de sempre.

         Qual compasso, eu precisava era de um, como dizem os brasileiros, marca-passo urgentemente.

         Com muita dificuldade, mas também com muito orgulho, posso dizer que sobrevivi. A minha nuca, principalmente na zona interior o meu crânio, ficou (como se pode constatar por este texto) marcada para o resto da vida.

         E foi assim a minha primeira vez, e última (pelo menos até agora), com seios alheios!