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Carola Ponto e Vírgula

Carola Ponto e Vírgula

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         O acontecimento que hoje relato aqui é, como todos os anteriores, cem por cento verdadeiro, palavra por palavra.

         Desde que vejo as notícias sobre as operações do autoproclamado Estado Islâmico que me pergunto: quando terão começado?! Quem será o fundador do movimento?! Qual a razão para a sua formação?!

         Todas estas perguntas me inquietaram e embora alguns ditos “investigadores” afirmem possuir as respostas, decidi investigar de forma exaustiva, minuciosa, competente e, acima de tudo, verídica. A conclusão a que cheguei é que estes investigadores de meia tijela, estavam redondamente enganados.

         A verdade é que, e embora me custe muito admiti-lo, o Estado Islâmico nasceu, com toda a certeza, na minha escola secundária nos anos em que a frequentei.

 

Secundaria.jpg

A antiga sala do aluno ou seria o centro operacional?!

 

 

 

         Atenção, não confundam o eu lá ter estado com ter sido eu. As evidências estavam lá todas, só não viu quem... ou estava perdido a olhar para seios e glúteos salientes, ou para abdómens e bíceps exercitados. Portanto, e obviamente, só eu é que me apercebi daquilo que era demasiado evidente. Já existiam umas quantas barbas cerradas nada adolescentes; eram dos poucos que demonstravam falta de interesse nas, excelentes e sempre interessantes, matérias leccionadas; falavam através de sons e gestos codificados, diziam coisas como: “Fiuuuu, Styla, Dyla”. Profissionalismo a mais para meros adolescentes.

         Até que chegou a altura de por a teoria em prática e foi aí que começaram as ameaças de bomba na Secundária de Benavente. Nos dias de hoje a CMtv já tinha um lugar cativo para fazer os seus directos “informativos”, mas naquela altura ameaças de bomba eram algo tão credível como políticos honestos.

         No entanto a ligação à religião era evidente. Todas as sextas-feiras eram sextas-feiras santas e lá vinha à tarde o “Alá” de Benavente com uma chamada anónima a denunciar uma bomba na escola.

 

estado islâmico.jpg

Este jovem tem certas semelhanças com um antigo estudante da secundária de Benavente

 

         O protocolo antiterrorismo era posto em funcionamento (afinal existem e funcionam mesmo, pelo menos nas ameaças falsas) e lá tocava a campainha para evacuarmos a escola e esperar a chegada da polícia com os seus cães prontos a farejar a escola de fio a pavio, enquanto os alunos iam de fim de semana mais cedo.

         Era óbvio que ninguém iria rebentar com aquilo, até porque aqueles pavilhões pré-fabricados “provisórios” durante vinte anos já mal se aguentariam a um vendaval, quanto mais a uma bomba. Certamente não seria ali o local mais indicado para testar a potência bombista do recém-nascido Estado Islâmico.

         As ameaças iam-se repetindo e com elas as visitas da polícia sempre com a mesma conclusão: não havia bomba nenhuma (pelo menos daquelas sem seios e glúteos desenvolvidos).

         Sem conseguir achar o(s) autor(es) e já fartos daquilo, numa das já sagradas sextas-feiras a polícia foi novamente chamada a intervir e de forma democrática e nada unilateral decidiu barricar-nos todos (alunos, professores, professoras grávidas) no centro cultural (irónico não?!) que ficava ali perto até que vasculhassem a escola mais uma vez. Ainda fizeram uns discursos bonitos de como tudo aquilo custa dinheiro ao Estado e desvia os recursos de situações verdadeiras que podiam acontecer em simultâneo com aquela brincadeira.

         Tenho para mim que foi logo ali naquele centro cultural e graças a uma bela assistência da polícia que o Estado Islâmico difundiu a sua rede de apoiantes sem esforço nenhum, senão vejamos: O Estado Islâmico dava folgas à sexta à tarde e a polícia barricava-nos durante horas no centro cultural, era óbvio quem é que os jovens adolescentes preferiam. É a polícia e as suas inovadoras estratégias… de propagação de apoiantes de terroristas ao mais alto nível.

         Depois desse episódio o facto é que as ameaças acabaram. A polícia, como burra que é, tomou para si o crédito desse acontecimento e não percebeu que o grupo terrorista já tinha alcançado os seus objectivos aí e era altura de seguir para outra freguesia ou se calhar concluíram o ensino secundário e foram bombar para outro lado!

 

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