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Carola Ponto e Vírgula

Carola Ponto e Vírgula

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         Estimados visitantes dessa plataforma blogueira, hoje damos mais um passo na animação que tem sido a vida deste Carola.

         Como já perceberam pela minha relação de prego a fundo com a religião, eu sou um rapaz de extremos, há quem me considere até um masoquista, eu próprio por vezes reconheço o meu exagero. Como se a religião não fosse amostra suficiente, ainda sou do Benfica. Por si só, já é um bom rastreio cardíaco semanal. Não obstante isso ainda tenho idade suficiente para ter presenciado, e sobrevivido, a era negra da presidência Vale e Azevedo. Talvez seja por isso que não conquistar o penta, ainda que uma desilusão, não tenha sido o fim do Mundo e só um percalço. Benfiquistas lembrem-se, Vale e Azevedo, isto sim foi mau!

 

Vale e Azevedo a palhaçada.jpg

O resumo desta presidência: Uma palhaçada!

 

 

 

         Encerrando o assunto “Benfica” é chegada a altura de falar sobre o tema que origina este Post. É mais um dos meus actos masoquistas, mas sem qualquer dúvida, o mais fish de todos na minha juventude: O primeiro dia em que fui à pesca com os meus amigos e sem supervisão de um adulto.

         Nós quando somos putos, a rondar aquelas idades entre os doze e os quinze, já temos a mania que sabemos tudo e que os adultos só servem para atrapalhar e nos envergonhar em público. E isso é mesmo real, pois agora que o adulto sou eu (isto ainda é questionável) tenho como passatempo embaraçar e atrapalhar todos os putos que conheço, tanto que às vezes fico em tronco nu à sua frente só para os deixar sem reacção e cheios de vergonha de me conhecerem. Embora isto se pareça com pedofilia, acreditem, é mesmo só terror ao mais alto nível e nem o facto de ser na praia e no Verão reduz o embaraço… das crianças também.

         Voltando à dita, e suposta, pescaria, lá fomos nós os putos carregados de canas de pesca e malas cheias de anzóis, amostras e bóias, montados naquele transporte actualmente muito utlizado por adultos, principalmente chineses e japoneses, a bicicleta.

         Chegados ao destino, começámos a tratar de tudo, quase como fazem os adultos: sem perceber nada do assunto e cheio de pressa de pôr a cana de molho (isto aplica-se na vida adulta a outras vertentes que não a pesca).

         Sempre com muita atenção à segurança, exceptuando um colega nosso que pensava que a cana de pesca era a corda do Indiana Jones, balançando-a com vigor e cheio de vontade de fazer “razias de anzol” às nossas cabeças.

 

amostra cabeça.jpg

Este podia muito bem ter sido eu naquele dia.

 

         Inspirado por esse meu amigo, percebi que o mais adulto a fazer era marcar uma posição e mostrar quem realmente sabia manusear a cana. Como em outras questões que não a pesca, o tamanho da cana é irrelevante se não souberes o que estás a fazer. E foi aí que o adulto em pesca, eu, decidi entrar em acção e destacar-me dos restantes.

         Com base em toda a informação recolhida (já tinha ido à pesca com o meu pai uma centen… duas ou três vezes, vá), decidi usar uma amostra para me destacar dos meus colegas. Foi na altura em que fui buscar essa tal amostra à mochila que algo extraordinário aconteceu: tinha a amostra à solta na bolsa da mochila (ao meu pai isto nunca aconteceu, provavelmente porque ele tinha uma caixa especificamente destinada para esse propósito).

         Com a noção perfeita do que estava a fazer agarrei na amostra e, qual não é o meu espanto, umas das extremidades prende-se no fecho da mochila. Claramente com a situação sobre controle, tiro essa extremidade e, qual não é o espanto de todos ao ouvir-me gritar, espeto a outra extremidade no dedo. É certamente por isso que não sou o maior adepto de piercings.

         Objectivo “destacar-me dos outros”, check.

 

Amostra.jpg

Companheira de pescaria és tu?!

 

 

         Agora, era preciso retirar aquele piercing em forma de jaquinzinho e, parecendo que não, aquilo doía-me e não o conseguia fazer sozinho. Por sorte estava lá perto um inexperiente, mas ainda assim, adulto cinquentão que prontamente puxou aquilo. Aquilo foi tão rápido que vi o Mundo a andar à roda e ia desmaiando.

         Aí percebi as minhas limitações. Pregos ainda vai, agora “piercings jaquinzinhos” já é demais. No entanto, pesquei o maior peixe do dia, eu próprio.

         Desde então nunca mais fui à pesca… nem nunca mais fui pescado!