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Carola Ponto e Vírgula

Carola Ponto e Vírgula

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Quando achavam que a vossa segunda-feira de férias não podia melhorar mais, eis que aqui estou eu com mais um episódio da minha vida. A Vida Dum Carola #29 começa agora!

O assunto de hoje é recente, foi logo no início deste ano, e é um tanto ou quanto íntimo.

Estávamos em Janeiro, numa bela manhã de Domingo e quando dou pelo andamento da carruagem já estou todo húmido, suado de cima a baixo, com a vista turva, o coração em alta rotação parecia um F1, a cabeça já doida, a andar à roda tal e qual uma montanha-russa, até o ar parecia que me estava a faltar!

 

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“Mas o que é isto?! Não tenho andamento para isto tudo logo de manhã!” — pensei eu, enquanto fugia para um merecido time-out no quintal.

“Eh rapaz o quem é te fez isso?! Estás todo suado e branco como a cal!” — diz o meu pai ao ver-me no meu time-out. — “É melhor chamar a ambulância, ainda cais para o lado!”

Pronto, pelos vistos é uma questão de saúde e não um sonho mais tórrido que tinha ficado demasiado real!

 

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Chamada a ambulância e lá vou eu para mais uma visita às urgências do Hospital. Chegados lá, triagem com o animal, pulseirinha maravilha, consulta com o doutor, realizar análises. Como sempre que lá vou, exceptuando os doentes, está tudo cheio de saúde (se é que me faço entender)! A Enfermeira achou por bem tentar tirar o sangue para análise nas veias da mão (como no Inverno as mãos estão quentes como um icebergue)!

“Você está a sentir-se bem?!” — pergunta a jovem enfermeira enquanto vê o sangue a escorrer gota-a-gota.

“Está tudo bem, só estou aqui com uma pequena vontade de…”

“Ó homem você está quase a desmaiar, deite-se aí… a cabeça para ali… isso… para cima… os pés, homem, os pés!”

Os pés pois claro, que outra coisa (da cintura para baixo) poderia ser senhora enfermeira?! Bem-vindos à história da minha vida!

Feitas as análises ao sangue, chega a altura de voltar a falar com o médico:

“Senhor Nuno, você sabe que tem um coração grande?”

“Sei sim, nunca pensei é que isso fosse um problema” — respondi. (receita-me o que?! Uma caixa de insensibilidade?! — pensei).

 

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Isto foi alguém muito bonito(a) que escreve isto, só pode...

 

“Você vai então levar estes exames à sua médica de família, e depois ela decide o que fazer”.

Pois claro, faz todo o sentido, o máximo que pode acontecer é quando for o dia da minha consulta, seja também a minha missa do 7º dia!

Mas com a medicação que me receitaram no hospital lá me aguentei até ser consultado! A doutora olha para os exames do hospital, olha para mim como se eu tivesse morrido uma semana antes.

Decide então também ela uma coisa que ninguém esperava. Voltar a repetir os exames. Por momentos senti que estava novamente na época de exames da secundária!

Exames e mais exames, tudo feito e pronto para mostrar os resultados à médica. Nova consulta, nova viagem, ela vê os exames, olha para mim como quem olha orgulhosa para um filho que recebeu um “Excelente” e diz:

“Pronto, isto já são exames como deve ser. Assim está tudo bem! É que com os outros resultados que me trouxe eu nem sei como é que você estaria em pé!” — eu até lhe explicava que tinha ido ao hospital e o médico de lá mandou-me vir falar com ela e que então eu usei os meus superpoderes para me montar nas pernas e ir até lá! Ela prosseguiu, falando com orgulho do seu paciente:

“Sabe o que é que pode ter acontecido?! Terem-lhe trocado os exames no hospital com outra pessoa que, se estes forem os exames dela, estava muito mal!”.

Adoro estas conclusões pormenorizadas e rigorosas! Agora para o(a) senhor(a) a quem eu fiquei com os exames: Se ainda está vivo(a) fique a saber que tem um coração grande, foi o que o médico disse! Bem haja!