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Carola Ponto e Vírgula

Carola Ponto e Vírgula

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         Vamos falar de injustiças?! Vamos. Está na altura de meter o dedo na ferida e, de uma vez por todas, por tudo em pratos limpos.

         Chegou o dia de falarmos da injustiça que têm feito com o meu pai. Sempre soube que o marketing conta muito, mas chega uma altura em que é preciso relatar a História da Humanidade baseada em factos datados e sem qualquer hipótese de refutação.

         O senhor Armindo Carola, meu pai (e isto é para ser lido com orgulho), foi um dos pioneiros do Coaching em Portugal e disto ninguém fala. Isto passou-se, nos já longínquos anos em que outra moda dos dias de hoje, o Running, ainda se chamava Jogging.

         O método de trabalho dele era baseado em psicologia inversa e talvez por isso nem sempre fosse bem compreendido. Era um visionário, também já conseguia trabalhar à distância, naqueles tempos em que a internet ainda dava os primeiros passos (com internet também eu chego a qualquer lado).

         Vejamos este caso genial:

         O meu irmão mais velho jogava à bola nas camadas jovens do clube cá da terra. O campo, nessa atura, ainda era no meio da vila. E o que fazia o meu velho nos dias de jogo do filho?! Ficava no café mais próximo. Lá está, coaching à distância! E foi lá no café, e no fim do jogo, que soube que o meu irmão fizera um hat-trick. Vêem?! Trabalho espectacular do Coach Carola.

 

         Óbvio que o meu irmão, naquela altura ainda demasiado jovem para perceber estas questões de psicologia inversa, cobrou a ausência do jogo ao meu pai. Os génios são sempre assim, uns incompreendidos!

         O meu pai decidiu então que seria necessário trazer o filho de volta à terra e mostrar que a sua abordagem à distância era a melhor solução.

         Foi então que no jogo seguinte em casa o meu pai foi para a bancada. Como o meu pai previra, o jogo já não correra de feição ao seu discípulo. Ao ver o meu irmão desmotivado, ainda tentou uma última cartada e grita:

        “Epá tira as mãos da cintura!”

        Isto sim era psicologia e coaching ao mais alto nível. Infelizmente para aquele jogo e até para a carreira futebolística do meu irmão era tarde demais.

 

Cristiano Ronaldo.jpg

Não me parece que este jovem tenha futuro no Futebol.

 

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         Foi a última vez que o meu pai viu um jogo do seu petiz. Decidiu que tinha que voltar à casa de partida (que é como quem diz, ao café mais próximo) e esperar que o seu método voltasse a surtir efeito.

         Infelizmente, e como qualquer Coach actualmente pode confirmar, o Coach só consegue que o seu trabalho produza efeitos se o “Coacheado” assim o permite.

         Afinal de contas, o meu irmão era um miúdo e ainda não tinha maturidade para ter um Coach desta craveira e intensidade a ensiná-lo.

         Por sua vez o meu pai podia ter investido em ser Coach no futebol sénior, mas teve, certamente, medo que a psicologia inversa se virasse contra ele e algum dos seus clientes lhe desse alguma carga de porrada para, também através da psicologia inversa, mostrar o seu apreço pelo Coach.

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