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Carola Ponto e Vírgula

Carola Ponto e Vírgula

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         Novamente esta semana no horário habitual temos “A Vida dum Carola”. E porque estamos na semana santa (Sexta-feira é feriado yeah) queria partilhar convosco como tem sido a minha ligação com o “Homem lá de cima” (óbvio que não falo do Pinto da Costa)!

         Começa, como eu acho que começam todas as relações: por curiosidade, livre arbítrio e sem nenhuma espécie de imposição ou pressão do agregado familiar mais velho. Assim foi comigo seja com a religião, ou ainda quando me mascaravam de mulher no carnaval e por fim quando andava no rancho folclórico (falaremos sobre este tema, se Deus quiser, um dia destes).

         No caso da religião foi a Dona Isalinda (agora e sempre, Ámen) que aguçou o meu interesse de forma muito subtil:

         — Vais (lá está, livre arbítrio) para a catequese fazer a primeira comunhão e seres baptizado senão (autoritarismo zero) depois não podes casar!

         Até aqui tudo bem, fui para a catequese, fiz a primeira comunhão e fui baptizado. Esqueceram-se foi de me avisar que para casar também era preciso procurar e achar quem quisesse! Assim não há Deus que me valha…

         Mas enquanto andei na catequese fui sempre muito dedicado. Sabia os mandamentos, o Pai Nosso, a Ave Maria, ia à missa todos os domingos… Até espetei dois pregos e tudo! Dedicação acima de tudo…

 

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         Jesus aguentou até depois dos trinta para perfurar a pele, eu aos treze já tinha um histórico de um prego na mão, outro no pé e também já me tinha picado umas vezes valentes nos espinhos duma roseira que havia na casa da minha avó Adélia (Nuno 1-0 Jesus).

         O pior foi mesmo que espetei na mão que atravessou a mão aqui do pequeno Nuno de 7 anos. Mas como Deus escreve direito por linhas tortas, enquanto esperava pela ambulância senti um chamamento divino.

         Ali estava eu deitado no colo da Dona Isalinda (a versão 2.0XL da Virgem Maria) e chegado ao hospital puseram-me uma máscara e percebi que ia ressuscitar passados três dias, mas apenas horas depois estava como novo e em casa (Nuno 2-0 Jesus).

         Carreguei, estoicamente diga-se, a minha cruz e aguentar a catequese, missa, pregos e espinhos. Isto até ser baptizado. Foi sofrimento a mais e decidi terminar esta relação com Jesus e com a religião.

         Iriam passar muitos anos até que outro Jesus aparecesse na minha vida, neste caso, no meu Benfica. E foi tal e qual o outro Jesus: o início muita felicidade e títulos e depois um sofrimento muito grande quando vai para o Sporting. Isto de confiar num Jesus acaba sempre mal!

         Eu a este Jesus, admito, não lhe quis seguir religiosamente os passos, porque treinar só no FM e principalmente porque já sabia falar bem português.

 

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         Resumindo, e não sei se já tinha dito isto, a semana santa só é boa para mim porque… sexta-feira é feriado! Boa Páscoa a todos.