De: Mim
Para: Ministério da Saúde
Data: No segundo seguinte à divulgação da notícia
Meu caro Ministério da Saúde, venho por este meio mostrar o meu desagrado e pedir encarecidamente que metas mão nisto. Não é aí… Tira a mão do meu bolso, aí já foi o das Finanças, esquece, está vazio!
Ora então o que se passa é que depois de sair a notícia sobre o novo (de Outubro de 2017) “Regulamento Interno de Utilização e Conservação do Fardamento e Cacifo” do Hospital de Cascais, eu fiquei de tal forma chocado que tive de verificar se esse documento não tinha sido redigido antes de Abril de 1974.
Será que esta enfermeira preenche os requisitos?!
Verificada a data, vamos agora verificar o conteúdo (ou parvoíces) nos seus variados pontos:
— “O desodorizante não deve ter cheiro.” — A mim parece-me mais importantes que sejam os funcionários a não ter… mau cheiro, isso sim.
— “O perfume deve ser leve, fresco e agradável para não incomodar os utentes.” — Aqui o possível utente, eu, incomodar-se-ia muito mais em sair desse hospital tratado e curado, acho eu…
— “Não podem usar chinelos, sandálias e botas.” — E os crocs são o quê no meio disto tudo?!
— “Não podem ser usados piercings, jóias e tatuagens de qualquer tipo um locais visíveis do corpo.” — Então se, por exemplo, tiverem um piercing na língua, não podem abrir a boca?! Isto foi escrito pelo Trump ou pelo coreano?
— “Devem usar saias à altura do joelho.” — E essa altura é medida da cintura até aos joelhos ou dos pés até aos joelhos? Conceitos totalmente diferentes, é preciso atenção àquilo que se escreve!
— “Camisa abotoada ao nível do peito.” — E naqueles casos em que o peito, infelizmente, já descaiu até aos joelhos, uma saia basta?!
— “Usar jóias simples e discretas em quantidade reduzida.” — E vocês pagam ordenados assim tão bons que dê para comprar essas ditas jóias?!
Vistas que estão estas questões, gostava de mostrar dois casos de discriminação gritantes.
Primeiro, e uma vez que está omisso nas notícias, os homens que gostem de usar saias (sim escoceses estou a olh… a falar de vocês), não existe nenhuma indicação de qual o tamanho que podem usar (e não me venham com aquela conversa de que o tamanho não conta).
E sobre isto Hospital de Cascais?! Nem uma palavra...
Segundo e este caso é mas pessoal ou talvez mais geracional: Quem é que estava (ou neste caso não estava) lá para exigir e criar um regulamento para o uso de buço por parte das auxiliares, que ao longo de décadas traumatizaram gerações inteiras?! Aí nem o Salazar fez nada. Assim é que se vê quem é que tem pêlo na venta (e eu tive que ver uns quantos)! Alguns desses buços eram maiores que os bigodes do meu pai!
"Queres ver que ainda tenho que sair da reforma?!"
Desde já obrigado pela atenção e espero que este assunto seja resolvido com a celeridade e seriedade que a situação merece.
Atenciosamente: Eu.
P.S.— No caso desta situação não ser corrigida, ofereço-me para fazer a verificação do uso, manuseamento e conservação do fardamento de todas as funcionárias jeitosas (deixo os homens e as mulheres menos jeitosas para outros porque me preocupo com o elevado nível de desemprego).
Mais uma vez, atenciosamente (e esperançoso): Eu.