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Carola Ponto e Vírgula

Carola Ponto e Vírgula

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Olá pessoal, Agosto está a ser produtivo nas vossas leituras? O Verão literário está animado? Em que projectos literários estão envolvidos nesta altura?

Eu devo confessar que acompanho muitos projectos que vão ocorrendo por essa internet fora, mas participar, participo em dois. Actualmente a minha lista de espera é tão grande que se me envolvesse em mais projectos só iria criar mais stress e confusão sobre o que ler a seguir, e a ideia é ler por prazer, por isso, e por agora, participo em muito pouco.

Hoje o livro de que vos vou falar é para o Net Book Club, um projecto que há uns meses sofreu umas mudanças nas regras para a escolha do livro de cada mês. Agora entre as escolhas, as hipóteses de escolha representam dois países e a votação é feita pelos seguidores do clube no Instagram. Esta ideia parece-me óptima porque permite conhecer autores de países a que normalmente não iria dedicar a minha atenção.

Para estes dois meses de Julho e Agosto, o país vencedor foi Israel com o livro “Dor” de Zeruya Shalev edição portuguesa Elsinore. Mais uma vez, as capas desta editora são muito originais e nada comuns, esta capa é muito gira. Mas do que vale a capa se o conteúdo não for de qualidade? Já se diz, não julgues livro pela capa…

Pois bem, neste caso a premissa da história já é bastante condizente com qualidade da capa.

A história passa-se, como não poderia deixar de ser, em Israel onde Iris, uma sobrevivente de um atentado terrorista, 45 anos, casada e com dois filhos, se vê passados 10 anos ainda muito afectada por esse ataque bombista (até porque ficou com muitas mazelas físicas e psicológicas) e por um acaso enorme reencontra o seu primeiro grande amor, Eytan. Não fosse isto o suficiente ainda tem que tentar resolver os problemas da sua filha adolescente, envolvida com o dono de um bar que lhe muda completamente a personalidade e a sua percepção da vida.

 

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Completamente confusa, baralhada e atarefada com tudo isto (e ainda mais…), Iris vê-se num turbilhão de sentimentos, confusões e como que a dar sentido ao título do livro, muitas dores. Dores físicas ou psicológicas, umas do presente outras do passado que não esquece e todas elas com consequências para o futuro que ela tarda em perceber como será ou como deseja que seja.

 

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A realidade de Israel também é muito bem descrita e um dos pontos positivos deste livro, para mim que conheço muito pouco do que se passa por ali para além do básico que aparece nas notícias.

A ideia de guerra e terrorismo está sempre presente, transportando-nos para uma realidade onde bombas, medo e morte são uma constante e onde o esforço de alguns em trazer a paz, simplesmente não surte efeito para conseguir aliviar a vida daquelas pessoas que por ali vivem.

 

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Gostei, foi uma história interessante, as angústias das personagens são bem descritas e conseguimos compreender as suas dores e visões sobre o mundo que as rodeia, no entanto, achei que havia demasiada coisa a acontecer ao mesmo tempo e algumas dessas coisas acabavam por ter algum destaque que depois “não serviam” para grande coisa. Dei 3 estrelas no Goodreads, o que para mim é bom, embora ache que muita gente vê o “3” como algo quase negativo, é o bonzinho, o suficiente. Para mim não, para mim significa que é bom, mas não muito bom (nota 4) ou excelente (nota 5).

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Agora fico a aguardar pelo próximo livro e país que vamos visitar e espero que vocês se juntem a nós. Quem já leu este livro? Ficaram curiosos? Obrigado e boas leituras, até à próxima.

 

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