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Carola Ponto e Vírgula

Carola Ponto e Vírgula

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Belo sábado que está hoje para ir à praia e quando não tiverem mais nada para fazer, agarrarem no telemóvel, visitarem este blogue e lerem mais uma opinião sobre uma leitura feita aqui por este _____ (preencher o espaço em branco como quiserem). Sintam-se à vontade, é como se estivessem em ca… na praia! Disfrutem… da praia também!

O livro de hoje, foi um presente e ao mesmo tempo foi a introdução a este escritor muito conhecido, mas que nunca me tinha despertado curiosidade: Pedro Chagas Freitas. Eu tenho a tendência de fugir aos nomes nacionais mais conhecidos (sim, logo eu que sou grande fã de José Rodrigues dos Santos), talvez porque isso tenha evitado ler alguma obra dele.

Até que… li “Eu Sou Deus”. Na capa dizia: “Não: este não é um livro de auto-ajuda. Mas se você o ler pode auto-ajudar-se. Tenha cuidado.”

Não digo que me tenha auto-ajudado, mas ajudou-me a conhecer o autor e uma forma de escrever muito particular de usar as palavras, brincar com elas e até de inventar umas quantas. Fiquei fã e o maior calhamaço da minha estante é dele.

 

O livro é composto por textos sem ligação entre si, abordando temas tão variados e títulos que vão desde “Ó Mulher que vou amar, anda cá e lê isto” até a “Ensaio sobre a vaselina”. Com humor, trocadilhos com palavras, palavrões, temas do mais impensável e amor… sim fala muito sobre amor, de várias formas e feitios.

 

“Há cabrões por todo o lado. Na política, no cinema, na literatura, na construção civil, nos panificadores, nos camionistas, nos jornalistas, nos palhaços, nos canalizadores, nos mineiros, nos operários, nos sovinas e nos ardinas. Há cabrões por todo o lado. Se Portugal quiser sair da crise, tem de apostar fortemente na exportação do cabrão: levar o nosso cabrão além-fronteiras. Temos, não tenho dúvidas, os melhores (e maiores) cabrões do mundo. É uma pena que não se rentabilize devidamente essa mais-valia. Teríamos, no cabrão, uma fonte inesgotável de receita. Mas somos demasiado cabrões para vender aquilo que de melhor temos.”

 

Este livro é tudo menos regular e constante e é por isso que foi tão divertido lê-lo. Eu não preciso de um clássico de “como escrever bem”, algo como este livro, que vai repetindo, trocando, jogando com as palavras sem regras pré-concebidas estimula-me muito mais e é isso que eu procuro num livro quer como foi feito aqui ou através de uma abordagem diferente numa história cheia de surpresas e imprevistos.

Adorei o livro e recomendo-o como um livro de leitura rápida e entretida, pelo menos para mim foi assim. Sei que não é um escritor consensual, mas se eu gostei, está gostado! Espero, isso sim, que tenham gostado desta análise e vão comentando se já leram este livro em particular, se gostaram, que livros do autor já leram, o que não gostam na sua escrita. Até à próxima e sintam-se à vontade é como se tivessem em ca… já sabem, na praia.

 

“A escola, a que nós temos, é aquela em que ser o melhor da turma quer dizer ser o mais totó da turma — o menos criativo da turma. Sim: é disso que falo — de criatividade. A criatividade é erro — é sucessão de erros. É procurar, por entre aquilo que nunca foi feito, a solução para ti, para mim — e para quem nos apanhar. E a escola não premeia a criatividade.”