Olá a todos, regressamos hoje a mais uma opinião, desta vez sobre uma das duas leituras de Agosto, ou seja, está bem fresquinha na memória! Hoje irei falar de Menina Boa, Menina Má de Ali Land, edição de Suma de Letras.
A razão para esta compra foi mais uma daquelas que resultam duma pesquisa imensa de dois minutos, olhar para a capa, ler a sinopse e pensar: “Olha bem como este livro me assenta nas mãos, parece perfeito para levar para casa!” Levar à caixa, pagar e pronto.
Depois decidi fazer umas sondagens para os meus caríssimos seguidores no Instagram escolherem as minhas leituras para o, sempre querido, mês de Agosto e foi este um dos escolhidos.
Pela sinopse temos uma menina (Annie/Milly) de 15 anos que se vê obrigada a denunciar a mãe, uma assassina em série, à polícia. Essa decisão por si só já não era fácil, depois ainda tem que se adaptar a viver com uma família de acolhimento com Mike, o pai, um psicólogo especializado em traumas, ou seja, em teoria a ajuda ideal para a nova Milly. Temos Phoebe, a filha, que como seria de prever não reage bem à partilha de atenção da sua família para o novo membro. Saskia é a mãe, mas parece que só é mãe mesmo no estatuto, porque nota-se que não nasceu para isso.
Além de tudo isto, paira no ar o julgamento da mãe de Annie. A todos estes condimentos ainda se junta uma, agora, Milly que se debate numa guerra interior sem saber se deverá segui os laços de sangue e ser má como a mãe ou começar realmente uma vida nova, do zero, e ser uma menina boa.
Este livro foi tão bom que só me apetece dizer asneiras (é uma reacção que costumo ter sempre que gosto de algo, ou quando não gosto também. Estranho?!). Milly anda numa luta interior do início ao fim. E quando digo fim, digo mesmo até à última página! É disso que eu gosto, embora um tema pesado, tem que valer a pena até ao fim! Quando digo luta, estou basicamente a falar duma de proporções idênticas a uma Guerra Mundial, mas no interior do coração (e coitado deste coração) desta jovem de 15 anos, que luta entre ter feito a escolha certa e sempre que tenta dormir, ver a mãe e ainda ter saudades dela em vez de a odiar.
“A cratera roxa no meu braço. Não. Não fui eu que a infligi a mim própria, não foi assim que aconteceu. Quando a fizeste, mamã, disseste: É para que não te esqueças. Uma marca. Seguraste o meu braço contra o aquecedor de toalhas na nossa casa de banho. Serás sempre minha, disseste. Uma tatuagem do nosso amor sob a forma de uma queimadura no meu braço.”
Adorei este livro do início ao fim, a personagem principal está muito bem caracterizada em todas as camadas, mas também todo o enredo à sua volta vai sendo disposto com grande mestria!
Tenho quase a certeza que para muitos de vocês assim que pegarem neste livro, vão lê-lo num instante, tal será a vossa curiosidade com o que virá a seguir. Quando o comprei, esperava que com esta premissa fosse bom, mas longe de pensar que fosse assim tanto.
Não sei se gostaria que este livro virasse um filme ou série, porque não sei se conseguiriam captar toda a profundidade e a dualidade de emoções que se apoderam da jovem Milly.
Livro recomendadíssimo (sobre o qual o autor deste blogue pede uma leitura/compra urgente)! Já sabem, participem nestas análises, digam de vossa justiça. Adeus e bom fim-de-semana a todos!
“Jayden. Ben. Olivia. Stuart. Kian. Alex. Sarah. Max. Daniel.
Não gostavas de usar os nomes deles, atribuías um número a cada um. Mal podias esperar pelo número dez disseste tu a caminho da escola na manhã a seguir à morte do Daniel. Mas eu nunca me esqueci dos nomes de todos eles. Ou de estar a espreitar pelo buraquinho na parede, com a mão na maçaneta, a tentar alcançá-los, deter-te. Tu a rires-te bem alto. A criança lá dentro contigo, a chorar ainda mais alto.”