Olá e hoje é sexta-feira yeah e aqui no blogue significa mais uma opinião sobre um livro. O livro de hoje é recomendado por imensas pessoas como “leitura obrigatória”. E se era obrigatório, eu tinha que comprar e ler.
Achei-o na Feira do Livro do ano passado e dois dias depois tinha acabado de o ler. Não é um livro grande, mas é um grande livro, enorme mesmo, e que serve de lembrança de como foram os tempos da Segunda Guerra Mundial.
“Nós, que voltámos a casa, com a ajuda de muitas circunstâncias felizes ou de milagres — seja qual for o nome que escolhamos dar-lhes — nós sabemos: os melhores de entre nós não regressaram.”
Viktor Frankl, psicoterapeuta, é o autor de “O Homem em Busca de um Sentido”. Ele conta-nos em primeira mão como foram os seus tempos no campo de concentração de Auschwitz e como conseguiu sobreviver a todo aquele sofrimento. Entre curiosidades que lhe iam passando pela cabeça, como por exemplo, como é que a grande maioria das doenças foram provocadas só por subnutrição e não por estarem expostos ao frio, à sujidade e micróbios de todo o tipo, o autor deste livro vai descobrindo ao longo do tempo que aquilo que realmente mantêm uma pessoa viva é o propósito que ela dá para seguir em frente e não desistir. A certa altura e sem a certeza de ter a sua mulher, também ela levada para os campos de concentração, Viktor percebe que a sua mulher é o seu propósito e começa a “vê-la” através da imaginação e mantêm conversas com ela como se tivesse viva e ao seu lado. E foi isso e com, como o próprio diz, “muita sorte” que o manteve vivo e capaz de suportar as atrocidades que a história nos mostra.
“De acordo com a logoterapia, este esforço para encontrar um significado na nossa vida é a principal força motivadora do Homem.”
Foi graças a essa experiência que desenvolveu a logoterapia e se manteve um dos sonhos que imaginara em Auschwitz: discursar perante multidões e explicar como o seu método o fez sobreviver àquele terror.
Eu adorei este livro que nos mostra um relato impressionante de como o Homem é capaz de se superar, seja no instinto de sobrevivência de Frankl, seja na insensibilidade perante o seu semelhante que provocou milhões de mortes.
“Esta ênfase na responsabilização está reflectida no imperativo categórico da logoterapia, a saber: «Vive como se estivesses já a viver pela segunda vez e como se tivesses agido da primeira vez de forma tão errada como estás à beira de fazer agora!»”