Olá e bem-vindos a mais uma opinião literária! Esta semana temos o outro livro que acompanhou “Menina Boa, Menina Má” de Ali Land nas leituras de Agosto. Como sempre digo, tento combinar todos os meses um livro de desenvolvimento pessoal com outro que seja um romance, a razão principal é para, no caso de ler dois romances ao mesmo tempo, não confundir as histórias e as personagens.
“O Monge que Vendeu o Seu Ferrari” é daqueles best-sellers, recomendados por muitas das pessoas mais bem-sucedidas do mundo. Entra naquela categoria de “livro pequeno, conteúdo enorme”, como “O Alquimista” e “O Homem em Busca de um Sentido” por exemplo.
O enredo deste livro já começa a ser um padrão nestes livros de mudanças de estilos de vida: uma pessoa, um acontecimento trágico, uma mudança radical na sua atitude perante a vida, sucesso (dependendo do que cada um considera sucesso). Confesso que gosto e sou atraído para este tipo de histórias. Gosto de compreender o que leva as pessoas a fazerem mudanças tão radicais e, claro está, como é que o conseguem alcançar.
“— O que é a sorte, meu amigo? — redarguiu Julian, num tom carinhoso. — Não passa do casamento entre a preparação e a oportunidade.”
Então temos a história de um antigo advogado de muito sucesso que devido a um problema de saúde grave decide repensar toda a sua vida e as razões que o levam a ter essa vida cheia de stress e só focada no trabalho. Esse susto faz com que venda todos os seus bens e parta numa viagem de autodescoberta rumo ao Oriente e que volte de lá um homem completamente diferente e comprometido em divulgar tudo o que aprendeu para melhorar a vida de todos à sua volta. É através de uma fábula mística contada por um Iogue (Raman) que o antigo advogado aprende as sete virtudes para uma vida de paz interior, alegria e riqueza de dons espirituais.
História:
“Estás sentado no meio de um magnífico jardim, verde e luxuriante. Este jardim está repleto de flores, as flores mais bonitas que já viste em toda a tua vida. O ambiente que te rodeia é de uma serenidade e silêncio absolutos. Saboreia as delícias sensuais deste jardim e sente que tens todo o tempo do mundo para desfrutar deste oásis natural. Quando olhas em volta, vês, a meio do mágico jardim, um imponente farol encarnado, com seis andares de altura. Subitamente, o silêncio do jardim é quebrado pelo ranger sonoro da porta do farol a abrir-se. De lá, sai um lutador de sumo japonês, com um metro e noventa e quinhentos quilos de peso, que se aproxima descontraidamente do centro do jardim. O lutador de sumo está praticamente nu. Só tem um cabo cor-de-rosa a tapar-lhe as partes privadas.
Quando o lutador de sumo começa a percorrer o jardim, encontra um brilhante cronómetro dourado, que alguém deixou para trás há muitos anos. Ele põe-no no braço e cai ao chão com estrondo. O lutador de sumo está inconsciente e jaz por terra, silencioso e imóvel. Quando pensas que ele morreu, o lutador põe-se rapidamente de pé e olha instintivamente para a esquerda. Fica espantado com o que vê. Através dos arbustos, nos confins do jardim, vê um longo carreiro serpenteado coberto por milhões de diamantes reluzentes. Algo indica ao lutador para seguir aquele carreiro e, para mérito dele, fá-lo. Esse carreiro leva-o à estrada da alegria e da bênção eternas.”
Depois desta história, um pouco estranha e sem grande sentido, ficamos a saber que todos os intervenientes têm um papel único e que juntos levaram à mudança radical do antigo advogado de sucesso e dono do Ferrari!
“— Meu amigo, dizer que não tens tempo para melhorar os teus pensamentos e a tua vida é como dizer que não tens tempo para meter gasolina, porque estás demasiado ocupado a conduzir. Vais acabar por sofrer as consequências.”
Devo dizer que tirei quase duas dezenas de excertos para ilustrar bem a qualidade dos ensinamentos que este livro, dos quais só vou partilhar alguns para não tornar esta análise demasiado grande. O que vos posso dizer é que se não leram ainda, façam-no, é muito bom para nos abrir horizontes e percebermos o que realmente andamos aqui a fazer e aquilo que é realmente importante para uma vida feliz. Comprem, peçam emprestado, vão buscar à biblioteca, mas façam-se esse favor de ler estes ensinamentos. Com isto tudo parece que vos estou a falar de uma obra de mil páginas. Não, nada disso, nem chega às duzentas.
“O Iogue Raman explicou-me uma verdade fundamental enquanto fui seu aluno: «Os únicos limites da tua vida são aqueles que tu estabeleces.» Quando te atreves a sair do teu círculo de conforto e a explorar o desconhecido, começas a libertar o teu verdadeiro potencial humano. Este é o primeiro passo para o autodomínio e para o domínio de todas as outras circunstâncias da tua vida. Quando te esforças para lá dos teus limites, como fizeste nesta pequena experiência, libertas reservas mentais e físicas que não sabias ter.”
Muito obrigado por visitarem este espaço e sintam-se à vontade para comentar aqui ou nas minhas redes sociais (Facebook e Instagram). Até à próxima e bom fim-de-semana.
“— Já percebi. Então, qual era o sub-ritual tão simples que me ias ensinar? — perguntei.
— Lê com regularidade. Ler durante trinta minutos por dia fará maravilhas por ti. Mas devo avisar-te de uma coisa. Não leias à toa. Deves ser muito seletivo quanto ao que cultivas no jardim fértil da tua mente. Tem de ser extremamente nutritivo. Algo que te melhore a ti e, ao mesmo tempo, a qualidade da tua vida.”
“— Precisamente. Não há nada de mal em cometer erros. Os erros fazem parte da vida e são essenciais para o crescimento. É como diz o ditado: «A felicidade advém dos bons juízos, os bons juízos de valor advêm da experiência e a experiência advém dos maus juízos de valor.»”
“— Fracassar é não ter a coragem de tentar e nada mais. A única coisa que impede as pessoas de conquistarem os seus sonhos é o medo do fracasso. E, no entanto, o fracasso é essencial para o sucesso em qualquer área. O fracasso põe-nos à prova e permite-nos crescer. Oferece-nos lições e orienta-nos no caminho do esclarecimento. Os professores do Oriente dizem que todas as setas que acertam em cheio no alvo são o resultado de cem disparos ao lado. É uma lei fundamental da natureza aprender com o fracasso. Nunca tenhas medo de falhar. O fracasso é teu amigo.”