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Carola Ponto e Vírgula

Carola Ponto e Vírgula

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Olá a todos, sejam bem-vindos. O livro de hoje foi o último do mês de Novembro: “Quero, Posso e Mudo de Carreira” de Lourdes Monteiro e Alexandra Quadros editado pela Oficina do Livro.

Como era minha expectativa quando o comprei, queria encontrar nele ferramentas que me pudessem ser úteis para saber a melhor maneira de lidar com o meu futuro profissional. Acho que todos nós queremos sempre mais e melhor, ainda que o “mais” não signifique para todos mais dinheiro e o “melhor” não seja um trabalho mais leve ou monótono e fácil de gerir. Cada um terá a sua noção de concretização profissional.

Gostei que a autora não tivesse o problema de fazer uma introdução sobre o percurso dela até chegar a este patamar e carreira profissional que construiu ao longo dos anos. Temos a tendência de pensar que as pessoas caem de pára-quedas nos sítios certos e sem esforço, sem que vejamos o trabalho, dedicação e resiliência que é preciso adquirir até chegarmos aos nossos objectivos.

“A ideia de sair estava presente a todas as horas e começou a tomar conta de mim.

Era-me cada vez mais difícil suportar aquilo: que tipo de vida levava eu? Valia a pena sacrificar tudo por causa de um ordenado? Não me sentia bem em lado nenhum. O próprio corpo reagiu: surgiu um processo de doença crónica que me demonstrou a importância de resolver a situação. Ainda assim, permaneci até 2006.”

 

Depois desta introdução o livro é dividido em duas partes. A primeira é mais de avaliação do contexto laboral nos dias de hoje e naquilo que se antevê poder ser no futuro. Abordam-se alguns mitos que utilizamos para justificar a nossa limitação na procura de algo que nos preencha profissionalmente, isto sempre com o apoio de frases inspiradoras e opiniões especializadas de quem vê o trabalho como algo em constante evolução.

“Todos sabemos que se assiste ao envelhecimento da população em geral e inevitavelmente da força de trabalho. A geração X ou Baby Boomers (pessoas nascidas nos anos 60-70), que compõem a fatia mais significativa desta força procuram, acima de tudo, estabilidade e recompensa pela dedicação e empenho ao longo dos anos.

Por outro lado, as pessoas da geração Y ou geração Millenial (nascidas na década de 80) esperam um trabalho com sentido de propósito, constante aprendizagem, evolução e recompensas imediatas. Se assim não for, não estão dispostos a manter-se na organização.”

 

Nesta parte adorei o destaque dado às mulheres e como poderá ser o seu futuro no trabalho nas próximas décadas. É pena que ainda estejamos tão longe do cenário de igualdade desejado, mas espero que ainda consiga ver isso acontecer.

Foi bom ver que aqui não se aborda só o lado do empregado e que também se analisa aquilo que os patrões terão que fazer para que continuem a ser competitivos e até para que não tenham que fechar portas. Todos nós conhecemos empresas que parecem presas na mentalidade do início do século XX, mas que ainda assim vão conseguindo resultados e por isso acham que ainda estão certas nas suas abordagens conservadoras e antiquadas. O problema será que à velocidade que o Mundo anda hoje, de um dia para o outro tudo muda e quem não tiver capacidade de ver na inovação um pilar para o seu futuro, poderá ter a sua empresa em risco.

 

“Os executivos estão, por um lado, a incorporar tecnologias digitais e/ou a reinventar a experiência associada ao local de trabalho, concentrando-se na diversidade e na inclusão como estratégia e apercebendo-se de que, sem uma cultura de aprendizagem forte, não terão sucesso.”

 

“Basta que lhe diga que em 2025 se estima que a chamada geração Millenial representará 75% da força de trabalho. Aí, só com este tipo de abordagens será possível reter os elementos desta geração que se foca no propósito, na aprendizagem, e não é permissiva a modelos de gestão caducos e redutores do potencial humano.”

 

A segunda parte é onde a acção realmente começa e onde ficamos a saber aquilo que temos que fazer para que a nossa mudança seja concretizada. Através do seu Career Redesign, ficamos a saber em que ponto nos encontramos e para onde queremos ir. Óbvio que é um processo de introspecção que não é rápido, mas que feito de forma clara e sem nos mentirmos a nós próprios, nos deixa com a noção clara de quais os passos seguintes. Embora possa parecer que esta mudança signifique obrigatoriamente sair da empresa actual e procurar outra mais à sua medida, o facto é que a grande maioria dos que usaram o Career Redesign não mudaram de patrão, mas sim de funções. Por fim, ainda temos alguns exemplos concretos de pessoas que não tiveram problemas em explicar as suas experiências.

 

“Assim, perante os vários pedidos que lhe coloquem, seja no contexto profissional, seja pessoal, avalie as respectivas implicações face aos seus objectivos (convém que estejam delineados). Dizer «não» é um acto de inteligência! Traz frutos muitas vezes imediatos e poupa muitas chatices mais tarde.”

 

É um bom livro, que não promete mudanças milagrosas e instantâneas, mas que se o leitor o usar com seriedade e rigor, fica muito melhore informado e com as competências para poder programar uma mudança profissional com tempo.

Eu gostei, mas gostava de saber: já leram este livro? Que livros deste género já leram? Como vos influenciaram? Muito obrigado, comentem e até à próxima!

 

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