Olá a todos, bem-vindos a mais um sábado, este com o dérbi entre Benfica e Sporting. E por acaso também de há umas semanas para cá, sábado significa dia de opinião literária. “Mas o que tem a ver o dérbi com a opinião desta semana?”, perguntam vocês. Ora, pois bem, o livro de hoje foi uma das leituras do mês de Julho, e é ao mesmo o que cada equipa deseja hoje.
“Seja o Melhor” de Marcus Buckingham foi mais uma das compras da Feira do Livro deste ano. O título é apelativo, mas o seu verdadeiro significado só fica claro e objectivo depois de o ler.
Como disse, tinha como expectativa que este livro me ajudasse a ser melhor e não a ser O melhor (uma só letra que faz muita diferença). Melhorar todos os dias, isso sim, é algo que procuro e que consigo medir se acontece, ser o melhor é estar em disputa e em constante comparação com os colegas sendo que a definição de melhor dependerá sempre da avaliação de outra pessoa sobre a qual eu não controlo a opinião!
“A sabedoria convencional diz-nos que aprendemos com os nossos erros; o movimento das qualidades diz-nos que aquilo que aprendemos com os erros são as características dos erros. Se queremos aprender sobre os nossos sucessos, devemos estudar os sucessos.”
A premissa do livro compromete-se a ajudar-nos, através de seis passos, a alcançar um desempenho de topo. O autor recomenda que sigamos um passo por semana, e aplicar isto à nossa rotina e aos nossos velhos hábitos é um trabalho, exaustivo, dentro do próprio trabalho.
Vamos a spoilers?! Vamos a isso, os 6 passos são:
Passo 1: Derrote Os Mitos — o que está a impedi-lo?
Passo 2: Seja Claro —Sabe quais são as suas qualidades?
Passo 3: Liberte As Suas Qualidades — Como tirar o máximo partido das suas qualidades?
Passo 4: Derrote As Suas Fraquezas — Como pode eliminar aquilo que o enfraquece?
Passo 5: Fale — Como construir equipas fortes?
Passo 6: Construa Hábitos Fortes — Como pode tornar tudo isto duradouro?
Seguir estes passos é uma caminhada muito introspectiva e de autoconhecimento, de observar a forma como trabalhamos e ir simultaneamente avaliando cada tarefa que realizamos. Embora não tenha conseguido por tudo em prática estou-me a esforçar.
Abordo estes livros sempre com a mentalidade de “Mal não fará”, ou seja, se conseguir aplicar uma coisa que seja deste livro (ou de outro livro deste tipo) então já vale, não só o dinheiro, como o tempo “perdido” (ou ganho) a lê-lo.
“Contudo, desde que o seu comportamento esteja dentro das fronteiras consideradas normais para os pais (é claro que, se houver abuso ou um trauma repetido durante a sua infância, estes, obviamente, deixam marcas), a forma como os seus pais cuidaram de si, o disciplinaram ou o louvaram não afecta em nada a sua personalidade. E por personalidade quero significar até que ponto é competitivo, tímido, paciente, extrovertido, confiante, voluntarioso, criativo, concentrado, responsável, calmo, positivo ou qualquer outro traço que se possa aplicar a si.”
A ideia ao longo destes seis passos é que nos foquemos em aproveitar e desenvolver ao máximo aquilo em que já somos bons, melhorando as nossas qualidades até ao patamar de excelência! É isso que significa “Ser o Melhor”, não o melhor de todos, mas aquele que utiliza e desenvolve as suas qualidades até aos patamares mais altos. Claro que vocês já estão a pensar. “Eu tenho que fazer o que me mandam, seja aquilo em que sou mais forte ou mais fraco, tenho é que cumprir”. Certo, mas se dentro duma equipa (verdadeira equipa) conseguires aproveitar as maiores qualidades de cada um, os resultados melhoram. Atenção que estamos a falar de trabalhadores, não daqueles que só vão ao local de trabalho passar as oito horas, fazendo o que lhes é pedido, a ritmo cruzeiro, sem tentar ajudar o resto a melhorar!
“O seu desafio para os próximos meses e anos poderá ser resumido nesta questão: “Como posso, um pouco mais esta semana do que na semana anterior, colocar em acção as minhas qualidades?” ”
“Os aspectos fundamentais da sua personalidade vão permanecer, mas, ao longo dos anos, ou o mundo vai pressioná-lo, pedindo-lhe que assuma novas responsabilidades, ou o leitor vai pressionar o mundo e exigir novas experiências e novos desafios, e vai absorver tudo tentar fazer com que essas circunstâncias façam algum sentido.”
Confesso que o passo 5 é o que mais me custa, porque eu e a interacção humana não fomos talhados um para o outro (Ei, calma, não ando por aí a fazer coisas estranhas com animais, menos ok?!).
Gostei do livro, embora reconheça que a aplicação destes passos todos seja muito difícil, até porque em alguns deles não dependemos só de nós. Ainda assim, aconselho, também porque aconselho basicamente tudo o que possa permitir ao leitor aprender e evoluir.
“O seu papel como chefe é ouvir o que os seus colaboradores dizem, confirmar aquilo que ouve e sugerir ideias de acções concretas que podem ser tomadas.”