É verdade que eu primeiro aceitei o desafio e só depois é que pensei realmente na tarefa que iria ter pela frente, mas eu sabia que era um estimulo para escrever mais e tinha que o aproveitar. Sabia também que a única maneira de ter sucesso seria combinar aquilo que já faço normalmente com algo que pudesse usar no caso de “emergência” para completar o desafio diário. Daí decidi criar um tipo de relato das minhas “supostas” dificuldades em conseguir cumprir as 1000 palavras por dia. O único problema no meio disto tudo: uma infecção pulmonar ao quinto dia que me obrigou a ir ao hospital e a ficar o resto da semana em casa a recuperar. Sendo assim, foi com muita pena minha que não consegui concluir o desafio. No entanto, achei importante fazer este relato da minha experiência.
Aspectos Positivos:
— O estímulo diário de escrever. Todo o processo, desde agendar o que escrever até ter que inventar os relatos do nada. Não sei se com vocês acontece, mas sempre que tenho que ligar esse meu lado criativo (se é bom ou mau é questionável, há gostos para tudo) é desafiante e divertido ao mesmo tempo.
— A consistência com que tive de me dedicar a publicar algo todos os dias, a chegar à meta. Sempre ambicionei ser mais regular nas minhas publicações e individualmente em cada espaço que criei. Para isso é preciso esta dedicação e consistência. E o melhor de tudo (que é algo que nós sabemos inconscientemente, mas que nunca aplicamos) é que isto é como um músculo, quando mais se exercita mais força e vitalidade ele terá.
— Modéstia à parte: a qualidade (sempre relativa) e quantidade de coisas que eu me lembro de escrever sobre, coisas que não lembram nem ao Diabo. É óbvio que eu tenho um problema: não consigo falar a sério sobre nada durante muito tempo. Mas adoro o equilíbrio que vou conseguindo no blogue entre as opiniões (essas sim, sempre sérias) e o resto das coisas que vou escrevendo.
Aspectos Negativos:
— Ter falhado o desafio. Claro que eu sei que foi por uma questão que não podia prever, mas ainda assim o facto é que não cheguei ao meu objectivo de escrever durante 7 dias seguidos as tais 1000 palavras. Continuar o desafio assim que tivesse melhor, para mim não fazia sentido, porque depois quem é que decidia o que seria “estar melhor”? Eu. Ora então eu podia dizer que só daqui a 2 meses é que estou melhor para continuar e aí teria o benefício de poder planear sobre o que iria escrever, não teria a “pressão” original o desafio, por isso não o fiz.
No final de contas adorei a experiência, foram uns belos 5 dias. Quero que estes hábitos de me manter activo na dedicação ao conteúdo se mantenham e vou-me esforçar para que isso aconteça. Obrigado à Cláudia pela ideia e espero que o desafio tenha sido um sucesso para todos. Até à próxima e boas leituras.
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Não bastava já o teclado a deitar fumo, os dedos cheios de cãibras, ainda apanhou uma gripe que o deixa cheio de tosse, com arrepios, olhos a arder. Mas mesmo assim ele não se deixa abalar, prefere meter dedos à obra e sabe quem com o texto que tem planeado sobra mais uma etapa da sua vida, com certeza, chegará ao objectivo diário do desafio “1000 palavras por dia”.
Quando acaba olha para a contagem e diz:
— Oh shit (ainda a sofrer os danos colaterais do post anterior) só 924 palavras! Como é que me safo agora?!
Deu dois espirros para cima do teclado e com ele já bem lubrificado conseguiu completar o quinto dia!
Desafio 1000 palavras por dia
Contagem: 1046
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Olá a todos, hoje A Vida Dum Carola vai pela primeira vez internacionalizar-se, por isso qualquer má tradução, construção das frases, não me culpem, graças ao Google Translator eu posso ficar em modo Jorge Jesus UK.
Eu posso dizer que domino a língua inglesa (e não duma inglesa, calma aí seus tarados) com relativo à vontade. Por relativo à vontade, entenda-se: ver filmes sem precisar de legendas. Mas nem sempre foi assim, aliás melhorei bastante foi depois de sair da escola.
E foi mesmo na escola que se passou esta peripécia (mais uma). Por efeitos de fraca memória, não me lembro se isto foi no sétimo ou no oitavo ano. Isto passou-se, como sempre, literalmente assim:
— Hello my little losers. Today you're going to introduce yourselves to your classmates... In English of course! (Olá, meus pequenos falhados. Hoje vocês vão-se apresentar para os vossos colegas de turma… Em inglês claro!).
Deus me valha, aquela sala parecia os adeptos de futebol a reclamar.
—Fogo, oh stora em inglês não…
— I can’t understand you… (Não vos consigo entender…)
— Oh stora, tem as calças sujas de giz no cú… — disse um colega meu, bem atencioso, o que resultou numa gargalhada colectiva do resto da turma.
— Olha vai já para a rua! — disse a professora furiosa e vermelha como um tomate.
Como em todos os dias desde que começou este desafio, ele acordou e a primeira coisa que lhe passou pela cabeça foi:
“Como é que eu vou sair da cama com este frio todo lá fora?!”
Umas horas mais tarde, sem saber porquê, sentiu-se ansioso e foi aí que lhe caiu a ficha:
“Oh porra, oh cacete, esqueci-me que hoje ainda tenho que fazer um texto para o desafio das 1000 palavras por dia! E agora vou escrever sobre o quê?!”
Começou a olhar para o teclado para se concentrar e ganhar alguma inspiração. Já se começavam a notar os primeiros sinais de cansaço e algum desgaste, estavamos a meio do desafio e pensando bem, ele não estava nada habituado a este ritmo.
Decidiu então que para combater esse cansaço o melhor a fazer seria limpar a mente e “falar com o coração através do teclado”. O teclado já estava todo assado de tanto “esfrega-dedo” por ele acima e por ele abaixo. O dono foi então buscar Halibut e besuntou-o bem, ele sentiu-se logo mais aliviado e pode então levar mais um esfreganço valente.
Que vergonha, “falar com o coração através do teclado”. Este gajo só me desilude, qualquer dia até parece um homem a sério!
E lá foi ele desalmado com o coração na ponta dos dedos. Título: “Os Revisteiros” …
Anda uma mãe a criar um filho para isto…
Desafio 1000 palavras por dia
Total: 1058
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Hoje não será tanto um “Blogue Post”, mas sim algo dedicado à minha terra, Samora Correia e com muito por onde falar: desde confissões, a pedidos de desculpa, mostrando o meu reconhecimento, mas acima de tudo, agradecimento.
Samora é uma terra (não lhe consigo chamar cidade, lamento) tipicamente ribatejana. Como tipicamente ribatejana, todos os não-ribatejanos pensam imediatamente numa terra de toiros. É muito isso, claro, mas se olharmos com olhos de ver (e acho que isso, nem nós aqui o fazemos), Samora tem muito mais que só toiros, cavalos e campinos.
É sobre uma dessas “outras coisas” que vos quero falar hoje: o grupo de teatro Os Revisteiros. Liderados por Joaquim Salvador, actor da nossa terra que chegou a trabalhar na televisão nacional. A maior lembrança que tenho dele na televisão foi no Big Show Sic, na Escolinha do Baião em que fazia de surfista hilariante!
É uma das figuras mais conhecidas em Samora e um dos que mais se esforça por promover a sua terra natal. Acredito mesmo nisto que vou dizer: se não fosse por ele, muito provavelmente, o Carnaval em Samora já teria acabado. Eu sei que Os Revisteiros são muito mais que “só” o Joaquim Salvador, mas daquilo que me apercebo, é sua energia, dedicação e amor aos projectos que atraem todos aqueles que formam o grupo teatral.
Eu não faço ideia das dificuldades e dos constrangimentos que passam para poderem estar no activo há tantas décadas e sempre a organizar espectáculos, mas assim que saem à rua, Os Revisteiros sorriem, divertem-se e a sua felicidade vê-se e sente-se quando actuam perante o seu público. E ainda assim há quem os critique (como se já tivessem feito mais e melhor) e não lhes dê crédito o crédito que merecem.
Eu encaixo-me mais naquele grupo de indiferentes: reconheço-lhes valor, talento e tudo o que tenho referido até aqui, mas não os sigo. E não é por ter alguma coisa contra eles, não gostar deles ou algo parecido, é mais uma daquelas situações em que “não és tu, sou eu…” e que quem está errado sou eu. Sou eu que falho em não apoiar os seus espectáculos e em ajudar da forma que posso para que continuem a ser cada vez mais, melhores e com mais condições.
Isto foi até à última sexta-feira, quando fui ver a peça “Isto é Revista”. Eu não vou ao teatro, ou pelo menos não ia, mas já tinha ouvido que o espectáculo tinha sido isso mesmo, um espectáculo. E como a irmã de um amigo faz parte do elenco, achei que estava na altura de lhes “dar uma oportunidade”. Não podia estar mais enganado… eles é que me deram uma oportunidade de, ao longo de 4 horas, rir muito, ver tudo muito bem organizado e perceber que o talento ali abunda (quase tanto como a minha ignorância em relação a isso). Muitos deles, não os conheço pessoalmente, mas saí de lá agradecido a todos eles e com um sorriso de orelha a orelha. Feliz por mim, mas também por eles, por ver a classe, a diversão e o sorriso com que acabaram aquela noite a fazerem aquilo que gostam e que tanto devem ter ensaiado.
A Revista em si, não ficou nada atrás de algumas que já cheguei a ver na televisão, se tivermos em conta que estamos a falar de “amadores” (não quero usar esta palavra, mas é a que melhor contrasta com o que vou dizer a seguir) o resultado é extraordinário. Dá-me vontade de ir ver outras revistas, só para poder dizer no fim: “Não foi mau, mas a que Os Revisteiros fizeram em Samora foi muito melhor”!
Depois de tudo o que vi ali, aquilo que desejaria ver acontecer se tivéssemos num país ideal era que aquelas pessoas, aqueles actores com aquele talento, fossem profissionais, pudessem ganhar o seu ordenado enquanto arranjavam mais formas de nos entreter e também alertar para alguns perigos que se alastram na nossa sociedade (sim, estou a falar daquela cena espectacular sobre a violência doméstica).
Se outras coisas há em que discutimos e discordamos se são cultura ou não, neste caso não há duvidas: aquilo é cultura e da boa! E por muito que ninguém dos “entachados” do parlamento consiga entender esta ideia, a cultura é um dos grandes pilares das sociedades desenvolvidas.
Eu sou daqueles que vê um espectáculo e além de estar a usufruir da experiência, ainda me meto a pensar no trabalho que está por trás do espectáculo: texto, personagens, cenários, música, coreografias. Não imagino o trabalho, os meses, as horas e, lá está, a imaginação que é necessária para montar um espectáculo desta categoria!
Valeu o preço do bilhete e muito mais, ainda acho que sou eu que estou em dívida para com vocês e para o “valor” que recebi de volta. Vocês são grandes e vou tentar ao máximo dar o meu apoio. Parabéns Revisteiros e sim, “Isto é Revista”!
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“Agora e já sem Hannah, qual a necessidade de continuar a série?! Não saber quando terminar a série pode vir a ser uma das “reasons why” um grande sucesso virar um grande fracasso!
“Pronto, este dia até foi fácil! Acho que era capaz de me habituar a isto. E agora para amanhã?”
De novo em pânico, começou a olhar à sua volta esperando que um quarto em silêncio trouxesse um milagre que o inspirasse para a escrita do dia seguinte. Às tantas, pensou:
“Vou ler, penso nisso amanhã!”
Pega no livro “A Arte Subtil de Saber Dizer que se F*da” e começa a lê-lo. Passadas umas míseras dez páginas diz “que se f*da” e adormece. Acorda no dia seguinte, como sempre muito bem-disposto (ironia nível máximo), fresco e tranquilo. Mais uma vez, olha para o seu quarto e, como que por magia, descobre o que fazer para o terceiro dia do desafio:
“Burro (sem ofensa para os animais), como é que é possível que não te tenhas lembrado disto?! Hoje é dia de dar a opinião sobre um livro! Burro!”
E lá foi ele, pôs mãos à obra e começou a escrever com grande afinco o post daquele livro. Quando acaba, olha para a contagem de palavras: 748 palavras!
“Cocó (usar vernáculo que começa com a letra M) e agora como é que eu resolvo isto?!”
Foi aí que viu uma luz e decidiu escrever mais um texto sem jeito nenhum…
Desafio 1000 palavras por dia
Contagem: 278
Total: 1026
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Olá a todos, bem-vindos! O livro de hoje foi o primeiro do ano e um dos livros que foram votados para o mês de Janeiro.
“Segredos Mortais” de Robert Bryndza, editado em Portugal pela Alma dos Livros, conta a história de uma mulher que foi assassinada à porta de casa em plena época natalícia. Marissa, uma jovem dançarina burlesca com o objectivo de ser a próxima Dita Von Teese, vê esse futuro ser-lhe retirado quando é atacada por alguém vestido de preto e com uma máscara de gás.
“Atrás dela encontrava-se um vulto de casaco preto comprido. Tinha o rosto tapado por uma máscara de gás, e um capuz de couro preto brilhante a envolver-lhe a cabeça. Dois grandes orifícios redondos de vidro olhavam-na fixamente, e a zona de filtro alongava-lhe o rosto, pendendo logo acima do peito. O vulto calçava luvas pretas e segurava na mão esquerda uma faca longa e fina. (…)
Marissa tentou inspirar, mas não conseguiu; tinha os pulmões cheios de líquido. Viu, de forma quase desapegada, aquele desconhecido arrastá-la a custo pelo chão, afastando-a do portão e levando-a para o meio do minúsculo jardim. A figura cambaleou, e pareceu prestes a cair, mas equilibrou-se. Com as duas mãos, baixou de novo a faca, esfaqueando-lhe a garganta e o pescoço. Enquanto o seu sangue era bombeado para o manto de neve e a vida deixava o seu corpo, Marissa pensou ter reconhecido o rosto através dos grandes orifícios de vidro da máscara de gás.”
Realmente o que um “simples” desafio pode fazer! É graças ao desafio de 1000 palavras por dia durante 7 dias do blogue “A mulher que ama livros” que este espaço “6a-em-Série” acaba por ser ressuscitado. Comparando, é como se o desafio fossem as bolas de cristal e o “6a-em-Série” fosse o Krillin!
A verdade é que eu não tenho visto séries nenhumas e filmes têm sido poucos e só porque me “obriguei” a ir ao cinema. Tenho quase a certeza que 2019 será um ano bem mais activo nesse aspecto. Das séries que acompanho e em que estou actualizado, vamos ter nova temporada de “La Casa de Papel” e a última temporada de “Game of Thrones”! Filmes também tenho alguns “debaixo de olho”: basicamente todos os do Universo Marvel e alguns da Disney como o “Dumbo” e o “Rei Leão”. Também com a chegada dos Óscares, costumo dedicar algum tempo a ver os nomeados e quase sempre chego à conclusão que não concordo com o vencedor para “Melhor Filme”.
Dadas as justificações e feitas as previsões para os próximos tempos, vamos ao que interessa, à série em análise: 13 Reasons Why, 2ª Temporada.
Como já tinha explicado aquando da análise da primeira temporada, decidi separar a análise da série assim, primeiro porque somente essa primeira temporada é baseada no livro de Jay Asher, mas também porque quando dei a minha opinião acerca dessa temporada já tinha visto esta segunda, e elas são tão distintas para mim que tinha que as separar.
A segunda temporada começa logo com um aviso com 4 dos actores da série alertando para que se alguém estiver a passar pelas mesmas situações relatadas na série, evitarem vê-la e procurarem ajuda especializada. Isto é uma reacção a toda a polémica que a série causou, principalmente nos Estados Unidos por, segundo alguns especialistas, “glorificar” o suicídio.
Continua a ser The First Reason Why
Faz-me imensa confusão como é que se pode distorcer todo o intuito original que a série pretende transmitir: que o suicídio não é solução, que devemos denunciar todos os abusos (sejam contra nós ou contra terceiros), que devemos procurar não humilhar os outros em troca de 5 minutos de riso no grupinho dos rufias.
Concentremo-nos na história que começa 5 meses após o suicídio de Hannah Baker. Toda a temporada gira em torno do julgamento em que a família de Hannah acusa a escola (com base nas cassetes que Hannah deixou) de saber da situação e nada ter feito para proteger a filha deles, bem como não ter procurado castigar os culpados, deixando-os à solta na escola impunemente e prontos para infernizar a vida a tantos e tantas outras “Hannah’s”. Todas as personagens ficam diferentes, o que é normal depois de terem que lidar com uma situação tão grave como aquela. Vemos as suas lutas interiores para encontrarem a paz que necessitam para seguir em frente, enquanto são obrigados a reviver tudo novamente para testemunharem no julgamento. A própria Hannah marca presença tanto para cenas do passado como para atormentar e tentar guiar Clay pelo melhor caminho e encontrar a tal paz. A série mostra bem como funcionam os “sistemas” escolar e judicial, e como o que importa mais é manter uma imagem séria do que tratar dos graves problemas para que não se voltem a repetir. Mas vamos então falar das personagens e do momento mais marcante:
Classificação IMDB (fiz a média dos episódios da 2ª Temporada) — 7,6
A minha classificação (de zero a dez):7
Noto que aqui a minha nota está mais parecida com a nota do IMDB, porque sim a segunda temporada foi boa, mas teve muitos furos abaixo da anterior. Achei que começou fraca e melhora com o avançar dos episódios, talvez só depois de meio é que fica muito boa novamente, mas sem nunca chegar perto da qualidade que foi a primeira temporada.
Expectativas para a próxima temporada:
A minha expectativa para a próxima temporada era que não existisse próxima temporada. Porque o foco principal perdeu-se logo na primeira temporada, mas ainda fez sentido abordar esta fase do julgamento, para que possamos ver também todo esse processo e como pode ser difícil provar coisas evidentes. Agora e já sem Hannah, qual a necessidade de continuar a série?! Não saber quando terminar a série pode vir a ser uma das “reasons why” um grande sucesso virar um grande fracasso!
Desafio 1000 palavras por dia
Contagem: 1070
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Estava ele no bar a ver o Benfica vs. Porto com uma azia descomunal à conta do terceiro golo dos dragões e nisto pensa (se é que isso alguma vez aconteceu):
— Fecunde-se (substituir por vernáculo que completa o título do livro: “A Arte Subtil...), deixa cá ver o que anda no Instagram…
E lá foi ele, feito TV Guia, bisbilhotar os instastories. Um dos primeiros a ver é sempre o do blogue “A mulher que ama livros” e num aparece a pergunta: “Que tal um desafio de escrita de 7 dias?”. Lembremo-nos que nem há trinta segundos ele ainda era um adepto esperançoso com um possível empate e quando dá por ela já está a leVAR (Fábio Veríssimo o quê?!) mais um no fundo da baliza. Assim, e para poder ler a frase, decide parar a imagem e é aí que tudo se complica… Ele carrega logo no “Sim” da sondagem e aceita o desafio sem sequer saber as regras do mesmo (sentiu-se um imigrante a assinar papel comercial do BES).
Mas ele não se deixou amedrontar: “És um homem ou és um rato?!”, pensou. E quanto mais pensava, mais se imaginava o mestre Splinter das Tartarugas Ninjas.
Ainda no bar e para se sentir novamente um homem a sério, pede uma bebida para o ajudar a pôr as ideias no lugar. Nada como uma coca-cola com gelo e limão para ressuscitar o macho que há em nós! E foi então que decidiu ver as regras do desafio, esperando que fosse tudo menos escrever umas 1000 palavras por dia…
E não é que o desafio, de sete dias, consiste mesmo em escrever 1000 palavras por dia?! Mas afinal a dona Cláudia (autora do blogue, para quem ainda vive numa caverna) pensa o quê?! Que todos têm o tempo dela?! Lá porque ela consegue tomar conta de quatro crianças (duas delas, recém-nascidas), manter um blogue sempre actualizado e com muitas novidades e ainda lê que nunca mais acaba, acha que toda a gente tem que ser a supermulher como ela?!
Primeiro que tudo, ele é um homem, quando muito seria um super-travesti! Decidido a manter-se um homem de barba rija, compromete-se com ele mesmo a seguir com o desafio em vez de inventar uma desculpa como: “Ah e tal estava a ver os instastories e carreguei no sim sem querer, sendo assim não vou participar! A culpa foi do golo do Porto, já vou leVAR (mas quem é que falou no Fábio Veríssimo agora?!) com a festa dos portistas nos próximos dias e ainda tenho que pensar numa maneira de conseguir escrever 1000 palavras por dia, durante 7 dias?! Nem pensar nisso, não faço!”. Nada disso, ele fez-se um homem e abraçou o desafio. O que são 1000 palavras num dia?! Ele já tem um blogue (muito jeitozinho por sinal, principalmente para quem gosta de livros e ler uns disparates de vez em quando). Sabe muito bem que não é fácil arranjar tempo na sua agenda ocupadíssima para conseguir ser mais regular nas suas publicações: é muita preguiça, é muito YouTube, é muito “olhar para o tecto a pensar no nada”.
Mesmo depois destes constrangimentos todos (sim, cuidar de gémeos é muito mais fácil de certeza) ele decide ir para a frente com o desafio.
Parte rumo a um mundo desconhecido, o qual anseia conhecer e onde sabe que quer ser bem-sucedido e atingir esses objectivos propostos. Parte confiante:
“1000 palavras por dia, o que é isso para mim?! Isso não custa nada! Durante 7 dias?! Pronto, então terei que ser minimamente consistente e publicar algo todos os dias, ou seja, faço isto com uma perna às costas, desenvolvo mais um hábito que adoro e vou parecer um exemplo de dedicação e qualidade ao mais alto nível!”.
Depois chega uma das partes mais fáceis, pensar sobre o que vai escrever: fala sobre as notícias do dia?! Cria um espaço novo de raiz?! Fala sobre os seus ídolos?! Relembra os momentos mais importantes da sua vida?! Todas estas hipóteses e ele… zero. Não tem nenhuma ideia de como vai começar, nem de como vai conseguir cumprir o primeiro dia do desafio, quanto mais fazê-lo durante 7 dias.
Entra em pânico, não sabe o que fazer à vida dele, pensa inclusive em suicidar-se, mas depois pensa (as vezes que ele pensou desde que aceitou o desafio já é um recorde pessoal): “Isto se calhar é fome”. E lá foi ele comer qualquer coisa e com isso a vontade de cortar os pulsos passou.
“Afinal era mesmo só fome, vamos lá por mãos à obra”, pensou.
Sentia-se revigorado e cheio de vontade de começar a escrever. Aquela pizza carbonara familiar estava divinal, nada mau para um lanchinho.
Completamente concentrado e alheado de tudo o que o rodeava, começou a escrever com uma cadência tal que esgotou tudo o que tinha imaginado no primeiro parágrafo. Olhou para a contagem das palavras, marcavam trinta e uma… deu-se ao trabalho de fazer contas e tudo: trinta e uma palavras equivaliam a uns míseros três vírgula por cento do objectivo final. Ele e a matemática sempre tiveram uma relação de amor/ódio. Ele amava a matemática, mas ela insistia em impor-lhe cada vez mais problemas e com o tempo a relação desgastou-se e chegou ao fim. Foram treze anos de muitas aventuras (sim, ele ainda se esforçou e deu-lhe mais uma chance) mas era impossível continuar. Uma coisa ele sabia: se há coisa que a matemática é, é ser séria, sincera e não mentia. Por isso olhou durante horas a fio para aqueles três vírgula um por cento e chegou à conclusão que se ia suicidar… Eis senão quando pensa uma última vez: “Isto se calhar é fome, tô pizzaria, agora era uma quatro estações familiar por favor”!
E foi assim que ao fim de quatro pizzas familiares conseguiu… escrever quatro parágrafos.
Contagem: 974 (pronto agora com o número já tem mais uma palavra… e com estas palavras todas, já tem mais umas quantas. Oh porra isto assim nunca mais acaba e vou estar sempre a acrescentar mais e mais. Ficamos assim, amanhã no fim eu meto o número da contagem de palavras e esse número já se conta a si próprio, entendido?!)