Querido Carnaval sabes bem as razões pelas quais não sou o teu maior fã, mas não deixo de ficar contente por, apesar dessa idade milenar já bem avançada, ainda teres essa vitalidade toda e compareceres mais uma vez neste Fevereiro para trazer animação, máscaras e samba com fartura.
Mas deixa que te diga, essa receita já está ficar um bocado desactualizada.
Tirando o samba (que é sempre bom de se ver), que mais ofereces tu?! Folia, máscaras e palhaços?!
Ainda agora entrámos em 2018 e já está aí à porta o Carnaval.
É o samba no pé (não é o caso destes tijolos), os desfiles e a folia. São os palhaços, as matrafonas, os balões de água e as bombinhas de mau cheiro. É a festa durante três dias que divertem miúdos e graúdos.
Vamos então falar dos miúdos. Ou melhor, falar de como este graúdo, que aqui vos escreve, vivia o Carnaval enquanto petiz.
Vocês nem imaginam a antecipação que era pela chegada do Carnaval na casa da Dona Isalinda. A Dona Isalinda é/era a mãe do meu pai e por arrasto minha avó. Mulher do campo, e de muito trabalho, ostentava dois braços que pareciam troncos (não que me lembre de alguma vez ter levado uma paulada deles, mas digamos que metia respeito).
Mal chegados a Janeiro e já aquelas mãos de seda trabalhavam a todo o gás nos disfarces que o meu irmão e eu iríamos usar. O problema de tudo isto era entrar em depressão logo no início do ano ao saber que dali a um mês tinha que andar a brincar ao carnaval vestido ou de sevilhana ou de peixeira (lembra-se que já vos falei dos troncos da minha avó?! Por isso, sim, TINHA QUE andar assim no carnaval).