Vamos falar de estabilidade familiar? Vamos lá então!
Tinha eu nove anos e estava aos cuidados da minha avó materna (Dona Adélia) durante a semana e ao fim-de-semana ia para o meu pai e para os meus avós paternos (o Senhor João Carola e a Dona Isalinda).
Eis senão quando o meu pai se enamora por uma senhora e decide juntar-nos todos: ele, ela, as quatro filhas dela e os dois filhos dele.
Foi uma adaptação fácil. Tirando o facto de eu não gostar da minha madrasta nova, andar sempre ás turras com as filhas mais novas dela e ter passado de neto, quase, único da avó Adélia para uma casa cheia de gente. Demorou um pouco mas conseguimos a tão desejada estabilidade.
Pouco anos mais tarde e para animar mais as coisas, os adultos do lar decidem mudar de casa. Foi a melhor decisão que tiveram juntos (isso ou talvez terem feito o meu irmão mais novo, mas ainda estou indeciso).
Chegados a um bairro novo tive a sorte de ir morar no mesmo prédio de um colega da minha turma. Ali estava eu, um rapaz de onze anos (acho eu, a memória já teve melhores dias) a conhecer os cantos ao bairro quando a vi: loira, olhos azuis, doida o suficiente para me dizer olá e ainda se rir para mim (ou de mim) … O meu mundo ficou de pernas para o ar, literalmente. É que para a impressionar fiz o pino (só bem mais tarde é que percebi que pinar era outra coisa).