De: Mim
Para: Zé Pedro (Xutos e Pontapés)
Data: No dia em que percebi o que era ser grande
Zé Pedro, desculpa.
Primeiro, desculpa por te tratar por tu, mas fica difícil tratar alguém por você, quando a banda desse alguém entra pela TV, pelo rádio ou pelo computador tantas e tantas vezes deixando o ambiente cá em casa, e em toda as casas portuguesas, carregado de autênticos hinos à boa música que vocês, xutos, tem aos pontapés.
Agora desculpa-me, ou culpa-me, mas nunca fui a um concerto vosso. Eu sei é estupidez a mais para um homem só, mas sabes Zé Pedro, nós as pessoas normais, pensamos que vocês, os grandes, são eternos.
O vosso legado, esse sim, é eterno. No entanto a vossa presença tem que ser aproveitada ao máximo e sempre que possível. E foi aí que falhei redondamente, desculpa.
Os sinais estavam lá todos, eu é que não quis ver. Uma semana antes do vosso concerto no Coliseu dos Recreios, eu estava lá. Ia ver a minha banda favorita, e lá estava o cartaz do vosso espectáculo e eu pensei (embora pareça mais uma paragem cerebral): “Isto é que era um belo concerto também! Ia ser fixe… vou?! Não vou?! Não, fica para a próxima”.
Desculpa, mas também para mim não haverá próxima. É o castigo para quem é burro. Eu sei que a banda vai continuar, e eu vou continuar a ouvir as vossas músicas. Mas ir a um concerto de Xutos sem ti, Zé Pedro, não dá! O meu sentimento não estaria lá a curtir os vossos êxitos, estaria na tua ausência.
Outra ausência: a minha, de um concerto naquela Arena no dia 1 de Fevereiro e daquele momento épico em que os lendários Metallica decidem fazer um tributo ao nosso, também ele, lendário Zé Pedro ao som do hino “A Minha Casinha”.
Desculpa por nunca te ter agradecido por teres tocado o meu e muitos outros corações ao ritmo da tua guitarra e das vossas músicas.
Obrigado grande Zé Pedro, por tudo e quando tivermos todos aí, reserva um lugar para mim na vossa tournée “A contar vindo do céu”