Olá a todos. Este mês consegui! O livro que escolhi este mês para The Bibliophile Club já está lido! E é sobre ele que vou falar hoje.
Temos então “Fica Comigo” de Lucie Whitehouse, editado em Portugal pela Bertrand Editora e que nos conta a história de Rowan que desconfiada decide investigar a morte acidental da sua antiga amiga Marianne. Isto porquê? Porque Marianne morre ao cair do telhado da sua casa, o que não seria nenhum acidente de que se pudesse desconfiar, não fosse ela ter vertigens! É a isto que Rowan se agarra para partir em busca de mais respostas para as suas dúvidas.
“— Estou… de coração destroçado — disse Jacqueline, como se compreendesse pela primeira vez o verdadeiro significado da palavra. Então, depois de uma pausa: — A Marianne morreu, Rowan. — O som de novo, a sua nota estranha, horrível. — Caiu do telhado para o jardim. O pescoço…
Um clarão momentâneo, o chão a ceder sob os pés e a imagem horrível de um corpo em queda livre.
Jacqueline falava e chorava ao mesmo tempo.
— Foi no domingo à noite, na neve, mas só a encontraram na segunda de manhã. Ela esteve lá toda a noite no escuro. Encharcada… gelada. A sua pele… Rowan, disseram-me que os dedos dela estavam congelados. Não suporto pensar nisso, mas não consigo parar… — Calou-se e começou a soluçar desesperadamente.”
Escolhi este livro para o tema de Março, porque além de ser uma mulher a escrever esta história, também a personagem principal é uma mulher!
“Uma intriga elegante, personagens esplendidas e uma reviravolta de matar.” Sunday Mirror.
Tendo em conta estas referências tão prometedoras, parti para este livro com uma expectativa elevada e pronto para uma história mesmo à minha medida: cheia de interesse, voltas e reviravoltas e já ansiava por um final espectacular! Não podia estar mais enganado…
Foi uma grande desilusão, a primeira do ano (e que bom seria se fosse a única). A história começa muito morna e sem interesse ou suspense que nos mantenha ligados ao enredo e com vontade de ler um capítulo a seguir ao outro, isso para mim é algo essencial num livro deste tipo e até pensei seriamente em deixar este livro de lado e perguntar se poderia escolher outro livro dentro tema. Cheguei a uma altura em que até com os nomes das personagens eu me chateava pela dificuldade em conseguir associar nome e personagem. Não havia ali uma personagem marcante e que pudesse identificar facilmente sempre que lia o seu nome.
“Ela guardara o segredo de Marianne durante dez anos, uma década durante a qual não tinham trocado uma palavra. Ela provara que era de confiança: não podia haver dúvida na mente de Mazz que podia confiar nela.
O facto de ter sido tarde demais, de o cartão não ter chegado a tempo, era demasiado doloroso para considerar. Ao fim e ao cabo, embora não fosse por sua culpa, Rowan tinha quebrado a promessa. Não estivera lá.
Poderia ter impedido a sua morte, se tivesse recebido a mensagem a tempo? Nunca iria saber. Marianne tinha partido, e Rowan teria de viver com essa pergunta durante o resto da vida.
Havia apenas uma coisa que podia fazer por ela agora: guardar o segredo de Marianne — continuar a guardá-lo. Poderia certificar-se de que o que Marianne fizera permanecia enterrado. Que Jacqueline e Adam nunca descobririam.
Mas teria alguém descoberto? A pergunta manteve Rowan acordada depois da meia-noite e despertou-a novamente às quatro. Se a morte de Marianne estava ligada ao que acontecera naquela altura, por que motivo, depois de dez anos, precisara ela de falar agora? Porque saltara agora? Alguma coisa devia ter mudado. Alguma coisa a tinha assustado. Ameaçado. O quê? Ou quem? Se ia guardar segredo, preservar a memória de Marianne, Rowan tinha de descobrir.
Para poupar aos restantes Glass alguma dor, para retribuir, embora em silêncio, algum do carinho e apoio que lhe tinham dado quando precisara, ela faria tudo o que pudesse. Com um olhar final às fotografias, Rowan fechou o Mail e virou-o para baixo. A morte de Marianne era notícia de primeira página, mas, se o que ela tinha feito alguma se soubesse, a tempestade na comunicação social duraria semanas. E o efeito sobre Jacqueline e Adam seria devastador.”
Eu vi algumas opiniões, até de pessoas com os mesmos “gostos” que eu, e no Goodreads tem uma boa pontuação (3,51 numa escala de zero a cinco) mas comigo ganhou umas míseras duas estrelas e por uma razão simples: melhorou muito na última centena de páginas (em relação ao início), eu é que já estava completamente desligado da história e apesar dessa melhoria não fez nada que me surpreendesse ao ponto de compensar aquilo que já me tinha desiludido com este livro.
Eu até gostava que alguém lesse este livro para poder perceber se fui só eu que me senti assim em relação a ele. Quem já leu, óbvio, também pode dizer o que mais gostou e se ficaram presos à história logo desde o início ou não.
Para o tema do mês do The Bibliophile Club ainda não estamos terminados porque ainda me falta escrever sobre o desafio que foi lançado de falar sobre as mulheres da minha vida, o que para minha sorte têm sido algumas! Por isso, aguardem por mais em breve, até lá beijinhos e abraços!
“— Ela sabia que podia confiar em mim, independentemente do que me dissesse. Fosse o que fosse… eu disse-lho. Interroguei-me uma e outra vez: eu fiz aquilo acontecer? Será que ela me interpretou mal de alguma forma? Achou que me tinha contado de mais? — Ele abanou a cabeça. — Não. Ela saltou, tenho a certeza disso, mas…
— Como? — perguntou Rowan. — Como tem a certeza?
— Eu conhecia-a.
— Pelo amor de Deus.
— Conhecia, Rowan. Conhecia-a e gostava dela. Ela saltou, mas eu não fui a razão.”